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Jacques Chirac, presidente da França morre aos 86 anos


Em um país politicamente polarizado, ele foi um bom síndico das ambições da direita

Foto: Divulgação

O ex-presidente Jacques Chirac, que governou a França entre 1995 e 2007, morreu nesta quinta-feira (26) aos 86 anos. A Assembleia Nacional fez um minuto de silêncio em sua homenagem imediatamente após o anúncio da morte feito pelo genro do ex-presidente.

“Ele morreu cercado por entes queridos. Pacificamente “, declarou Frédéric Salat-Baroux, marido de Claude Chirac, sem especificar a causa da morte.

Desde que sofreu um derrame, em setembro de 2005, quando ainda era presidente da França, os problemas de saúde de Jacques Chirac se sucederam. Após deixar o Palácio do Eliseu, em maio de 2007, ele foi hospitalizado várias vezes.

Ao passar 12 anos na presidência, Chirac se tornou o chefe de Estado mais longevo no cargo depois de seu antecessor socialista, François Mitterrand. Ele foi também duas vezes primeiro-ministro, três vezes prefeito de Paris, ministro em diversas oportunidades, além de criador e líder do partido Reunião Pela República (RPR). Sua morte encerra um capítulo da história da direita francesa e da V República.

Em janeiro de 2014, sua mulher, Bernadette Chirac, estimou que o marido, que sofria de “problemas de memória”, não falaria mais em público.

A última vez que Chirac apareceu oficialmente em público foi em novembro de 2014, em um evento da fundação Chirac ao Serviço da Paz, que ele fundou em 2008. Enfraquecido, apoiado por um segurança, ele foi muito aplaudido quando chegou à cerimônia. Recentemente, a morte de sua filha mais velha, Laurence, aos 58 anos, o abalou profundamente.

Imagem de Jacques Chirac feita em 2006, durante uma cerimônia em Paris — Foto: Charles Platiau/Files/File Photo

Imagem de Jacques Chirac feita em 2006, durante uma cerimônia em Paris — Foto: Charles Platiau/Files/File Photo

História

Jacques Chirac nasceu em Paris, em novembro de 1932. Filho único, ele cresceu na Corrèze, no centro-oeste francês.

Na juventude, que teve como pano de fundo a Guerra Fria nos anos 1950, foi simpatizante do comunismo. Ele assinou o Apelo de Estocolmo pró-URSS contra a bomba atômica. Ele chegou a estudar nos Estados Unidos e, ao retornar à França, concluiu a trajetória clássica de estudos da elite francesa na prestigiosa Escola Nacional de Administração (ENA). Em em 1956, Chirac se casou com uma aristocrata, Bernadette Chaudron de Courcel, com quem teve duas filhas e adotou uma terceira.

No fim da década de 1950 cumpriu o serviço militar na Argélia, onde participou nas operações militares contra os independentistas, o que rendeu uma medalha de honra.

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