Apesar de estar proibido de deixar o país, o político está na Colômbia e, segundo a imprensa local, pretende visitar vários países para tratar da crise na Venezuela.
O autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó deve chegar ao Brasil durante a madrugada desta quinta-feira (28). O político vem ao país para participar de um encontro com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PSL), que ainda não tem data certa para ocorrer. A visita é feita em meio à pressão vivida pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro.
O venezuelano deve chegar em Brasília (DF) por volta da meia-noite, segundo a assessoria da vice-presidência da República. Além de Bolsonrado, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, também participará do encontro.
No mês passado, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela proibiu Guaidó de deixar o país e congelou suas contas. A decisão foi resultado de um pedido do procurador-geral do país, Tarek William Saab, aliado do presidente Nicolás Maduro. Apesar das ordens, o interino foi à Colômbia e prometeu retornar ao seu país em breve.
Em Bogotá, na Colômbia, Guaidó conversou com o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão (PRTB), antes, Araújo também se reuniu com Guaidó. Eles participaram da reunião do Grupo de Lima, da qual participaram representantes das Américas, em defesa de uma saída pacífica para crise venezuelana sem interferência externa.
Na reunião, ficou definido que o grupo fecharia o cerco contra Maduro, mas “sem uso da força”. Entretanto, os Estados Unidos ainda mantêm a opção militar ativa, segundo afirmou o vice-presidente do país, Mike Pence.
Em declaração lida pelo chanceler colombiano, Carlos Holmes Trujillo, o Grupo de Lima pediu para a CPI (Corte Penal Internacional) considerar a “violência criminosa” de Nicolás Maduro. “[Os países] decidem solicitar à Corte Penal Internacional que leve em consideração a grave situação humanitária na Venezuela, a violência criminosa do regime de Maduro contra a população civil e a negação do acesso à assistência internacional, que constituem crime contra a humanidade”.
Os membros do Grupo também reiteram que a transição para a democracia “deve ser conduzida pelos próprios venezuelanos pacificamente e no âmbito da Constituição e do direito internacional, apoiada por meios políticos e diplomáticos, sem uso da força”.
O Grupo de Lima é uma aliança formada por 13 países latino-americanos, além do Canadá, e havia se reunido pela última vez no dia 4 de fevereiro, em Ottawa, no Canadá. Na ocasião, 11 países pediram uma mudança pacífica de governo da Venzuela e solicitaram aos militares que reconhecessem Guaidó.
Quantro integrantes do grupo, México, Guiana, Santa Lúcia (que não reconhecem Guaidó) e a Costa Rica (que reconhece o opositor de Maduro) não participaram do encontro em Bogotá.
Em sua conta no Twitter, Guaidó afirma que mais de 50 países o reconhecem como presidente da Venezuela. O Brasil, os Estados Unidos, o Chile, o Paraguai e o Canadá foram as primeiras nações a reconhecer a legitimidade do venezuelano. Na região, México e Uruguai optaram pela neutralidade, enquanto China e Cuba apoiam o governo Maduro. (Com agências)