
A juíza Patrícia Macêdo de Campos, da 9ª Vara Criminal de Manaus, negou pedido de relaxamento da prisão de Lucas Lima, de 34 anos, um dos acusados pelo assassinato do menor aprendiz da Bemol, Melquisedeque Santos do Vale, o ‘Mélqui’, de 20 anos. Ela considerou que o crime foi praticado com “violência e grave ameaça”.
“Perlustrando-se as condições com que se deram os fatos, anoto que o crime em comento foi praticado com violência e grave ameaça, o co-denunciado e outros dois indivíduos não identificados anunciaram um assalto a um ônibus que culminou em quatro patrimônios atingidos e a vida de um dos passageiros ceifada”, disse Patrícia de Campos, em sua decisão da última segunda-feira (7).
A juíza também considerou a folha de antecedentes criminais de Lucas Lima. “O réu é pessoa contumaz na prática delitiva, porquanto seus antecedentes juntados às fls. 373 atestam ser o mesmo useiro em afrontas à norma penal estabelecida”, afirmou Campos.
Em julho de 2020 Lucas foi condenado por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito em novembro de 2019. Ele também foi preso em flagrante, em fevereiro deste ano, por tráfico de drogas, e virou réu, em junho deste ano, por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido ocorrido em dezembro de 2021.
O crime ocorreu no dia 16 de dezembro de 2021 em um ônibus da linha 444, em Manaus. Segundo o MP-AM (Ministério Público do Amazonas), Lucas Lima, Janderson Cabral Cidade, de 20 anos, e Davi Souza da Silva, de 23 anos, entraram no ônibus vestidos de gari para roubar celulares e dinheiro de passageiros. Sem motivo, Janderson disparou na cabeça de Mélqui.
O crime
Em denúncia apresentada em abril, o MP relata que, após Janderson disparar contra Mélqui, o trio exigiu que o motorista do ônibus parasse o veículo para que eles descessem e fugissem por um matagal.
Conforme a promotora de Justiça Leda Mara Albuquerque, o “comparsa que dirigia o carro para ajudar na fuga dos denunciados, também evadiu-se”.
Lucas foi preso no dia 16 de março em uma rua do bairro Cachoeirinha, na Zona Sul de Manaus, e apontou Janderson como autor do disparo contra Mélqui.
No dia seguinte, em 17 de março, policiais militares localizaram e prenderam Janderson em uma casa no Monte das Oliveiras, na Zona Norte de Manaus, após denúncia anônima.
Janderson e Lucas foram denunciados pelo MP no dia 4 de abril, ocasião em que Leda Mara solicitou à polícia que localizasse e interrogasse Davi, que havia sido mencionado por Janderson.
No dia 7, acompanhado de uma advogada, Davi foi a Delegacia Especializada De Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd) onde prestou depoimento.
Segundo as investigações, Davi confirmou a participou no crime. Ele disse que Lucas era o “cabeça do grupo” e foi quem deu a ideia de fazer assalto. Também afirmou que foi Janderson quem disparou contra o jovem aprendiz com uma arma caseira.
Ainda de acordo com os investigadores, Davi negou que o motorista que deu suporte ao grupo estava em um carro Renault/Symbol, da cor vermelha, como apontaram denúncias anônimas que levaram policiais militares até Emerson Arevalo, no dia 17 de dezembro. Segundo David, o motorista estava em um carro Classic, de cor preta.
No dia 7 de abril, o delegado Ismael Schettini Trigueiro, da Derfd, indiciou Davi como um dos autores do crime contra Mélqui após o jovem de 23 anos ter confessado participação na ação criminosa no ônibus da linha 444. Davi foi incluído pelo Ministério Público na denúncia contra Janderson e Lucas no dia 10 de abril.