
A juíza Cristina Lazzari Souza, da Justiça Federal do Amazonas, rejeitou absolver dez pessoas acusadas de praticar crimes no extremo oeste do Amazonas. Entre elas estão Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, e Rubens Villar Coelho, o Colômbia, que são réus pelas mortes do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dominic Phillips.
Cristina afirmou que “há elementos que apontam para a suposta prática dos delitos e para a participação dos acusados, o que impede a absolvição sumária”.
A magistrada marcou a audiência de instrução e julgamento para os dias 13, 14 e 15 de outubro deste ano, ocasião em que serão ouvidas as testemunhas e em que os réus serão interrogados.
“Considerando a quantidade de testemunhas e interrogatórios DESIGNO a audiência de instrução e julgamento para os dias 13, 14 e 15 de outubro de 2025, com início às 09 horas de Tabatinga/AM, para a oitiva das testemunhas da acusação, da defesa e interrogatórios dos réus. Haverá intervalo para almoço considerando o fuso horário de Tabatinga”, diz a decisão.
Além de Pelado e Colômbia, são réus Otavio da Costa de Oliveira, Eliclei Costa de Oliveira, Amarildo de Freitas Oliveira, Laurimar Lopes Alves, Jânio Freitas de Souza, Manoel Raimundo Correia, Francisco Lima Correia e Paulo Ribeiro dos Santos. Eles são acusados de cometer crimes em Atalaia do Norte, Benjamin Constant e na Terra Indígena Vale do Javari, sob o comando de Colômbia.
De acordo com o MPF, eles “compõem um grupo estruturalmente ordenado e com divisão de tarefas, que se uniram com a finalidade de pescar, caçar e exportar os produtos da pesca e da caça (contrabando) para a Colômbia e para o Peru”.
O grupo foi identificado durante as investigações das mortes de Bruno e Dom, que ocorreram em junho de 2022.
Segundo o MPF (Ministério Público Federal), Colômbia liderava uma organização criminosa envolvida em atividades de pesca ilegal na região e teria fornecido munição, embarcações e apoio logístico ao grupo que executou os homicídios.
A acusação sustenta que o crime foi motivado por disputas relacionadas às atividades fiscalizatórias exercidas por Bruno Pereira na região, que prejudicaram os interesses do grupo criminoso. Colômbia está preso desde julho de 2022, por apresentar documento falso ao prestar depoimento na delegacia, e em janeiro de 2024 foi transferido para um presídio federal.