Os outros três comparsas do prefeito de Coari presos durante operação Patrinus também vão continuar presos por pelo menos mais cinco dias.
O Tribunal de Justiça do Amazonas prorrogou nesta segunda-feira (30) as prisões temporárias dos quatro presos da Operação Patrinus suspeitos de envolvimento em esquema de desvio de dinheiro público em Coari. Entre os detidos está o prefeito do município, Adail Filho (PP). A deputada estadual Mayara Pinheiro (PP), irmã de Adail Filho, também é investigada na ação. Os dois são filhos de Adail Pinheiro acusado de comandar uma rede de pedofilia.
A decisão da Justiça atendeu a um deferiu pedido do Ministério Público Estadual (MPE). Nos autos, os mandados de prorrogações das prisões temporárias – de mais cinco dias – foram assinados nesta segunda-feira (30) pela desembargadora Carla Reis, em decisão monocrática.
Estão presos além de Adail Pinheiro, o empresário Alexsuel Rodrigues; do sargento/PM e assessor do prefeito, Fernando Lima e do vereador e presidente da Câmara Municipal de Coari, Kleiton Batista.
O Ministério Público afirma que Adail Filho montou um esquema de corrupção que desviou, pelo menos, R$ 100 milhões em apenas dois anos de gestão como prefeito de Coari. Durante a campanha para prefeito, ele fez promessa de pagar os fornecedores da prefeitura que não recebiam há vários anos. porém, cobrava 30% do valor da dívida dos empresários que quisessem receber.
Ainda segundo o MP, o prefeito também arrecadava propina fraudando licitações. Os valores envolvem fraudes a licitações, dispensas indevidas de licitações e contratos superfaturados, dos quais serão aferidos os valores efetivamente desviados.
- Existência de sobrepreço nas contratações da Prefeitura de Coari;
- Adjudicação frequente para as mesmas empresas;
- Adjudicação para empresas recém constituídas;
- Ajuste entre licitantes para fraudar o caráter competitivo das licitações;
- Tentativa de afastar licitantes mediante oferecimento de vantagens;
- “Apadrinhamento” de empresas por parentes e pessoas ligadas ao Chefe do Executivo para direcionamento do resultado de licitações e concessão de preferência na ordem dos pagamentos;
- Retenção arbitrária de pagamentos para induzir oferecimento de vantagens;
- Realização de pagamentos em montante superior aos serviços executados;
- Utilização dos procedimentos licitatórios e dos sobrepreços nas contratações para geração de recursos para custeio de vantagens indevidas.
Os suspeitos cumprem prisão temporária. Adail Filho está detido no Quartel do Batalhão de Choque da Polícia Militar, localizado no km 17 da rodovia AM-010. O sargento da PM foi encaminhado ao Comando Geral da corporação, que deverá definir onde ele permanecerá.