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Língua espanhola chega as escolas da rede municipal


Escola Desembargador Felismino Francisco Soares ensina espanhol para os alunos

Ilhado, cercado de vizinhos de língua espanhola por todos os lados, O Brasil não tem o idioma na sua grade curricular escolar. No Amazonas, principalmente com fronteira com Peru, Colômbia e Venezuela, falar espanhol é quase uma necessidade, mas foi o município de Manaus que saiu na frente e, nesta quinta-feira, a escola Desembargador Felismino Francisco Soares, na Avenida Ayrão, no Centro, passou a fazer parte do projeto “Manaus internacional: integrando culturas por meio da língua espanhola”.

            A unidade da rede municipal possui turmas da educação infantil ao 5° do ensino fundamental e atende 415 alunos, entre eles venezuelanos e indígenas da etnia warao. A escola é a quinta da Prefeitura de Manaus a receber o projeto coordenado pela Secretaria Municipal de Educação (Semed).

            “Esse projeto é mais uma prova dos avanços que estamos promovendo na educação básica da capital e, ao mesmo tempo, vem ao encontro da política de inclusão que temos oferecido aos refugiados acolhidos em Manaus” destaca o prefeito Arthur Virgílio Neto.

            O “Manaus Internacional” é fruto de uma parceria entre o município, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e o Consulado da Colômbia em Manaus, e tem a finalidade de proporcionar o ensino e o estudo da língua e cultura espanholas aos alunos da rede pública municipal.

            Durante o lançamento do projeto, a secretária da Semed, Kátia Schweickardt, reforçou que o Manaus Internacional vem somar à política de acolhimento que o prefeito Arthur Virgílio Neto implantou na cidade de Manaus, ao receber os refugiados venezuelanos, bem como destacou os avanços alcançados na educação e a importância do envolvimento das famílias no processo de ensino e aprendizagem dos alunos.

            “O prefeito recebeu uma menção honrosa do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), por Manaus ser uma cidade acolhedora. E, por meio da língua espanhola, temos conseguido fazer com que nossas escolas participem desse processo de acolhimento. Um aluno que começa a dominar outro idioma fica livre para andar, estudar, ler, sonhar muito mais do que podemos pensar”, disse a secretária.

            Além da ideia de tornar a Felismino Soares uma escola bilíngue, a intenção do projeto também é a de promover a maior integração e a troca de conhecimento entre alunos brasileiros, venezuelanos e waraos, como destacou a coordenadora do projeto, Adria Santos.

“Nessa escola, alunos brasileiros vão aprender o espanhol e alunos venezuelanos vão poder aprimorar o que sabem sobre a língua espanhola e aprender ainda mais a língua portuguesa. Outro diferencial é que aqui temos alunos da etnia warao. Eles vão aprender as línguas portuguesa e espanhola ao mesmo tempo e trocar experiências sobre a cultura deles com os outros estudantes”, explicou Adria.

            O cônsul da Colômbia, José Gilberto Rojas, durante a aula inaugural, afirmou que o consulado está à disposição para o pleno andamento do projeto na rede municipal de ensino. “Fico feliz em poder ajudar nesse trabalho de divulgação e de repasse da cultura espanhola”, informou ele.

            Um dos alunos participantes do projeto é Reynaldo Hernandes que, juntamente com a mãe, a dona de casa Reynna Quijada, integra um grupo de refugiados venezuelanos, que chegou a Manaus em janeiro deste ano, em busca de melhores condições de vida e de dignidade.

Para Reynna, o projeto representa uma oportunidade de seu filho aprimorar o conhecimento que já tem do idioma espanhol e melhorar a comunicação com brasileiros.

            “Ele vai ter a oportunidade de aprimorar o seu conhecimento na língua espanhola, como trocar experiências com as crianças brasileiras e, com isso, acredito que vai se aproximar das crianças daqui e de outros estrangeiros que moram aqui. Estou muito feliz, porque sei que esse projeto será muito importante na vida dele”, afirmou. 

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