Em 2023, os lojistas do estado chegaram a pagar 300% a mais no frete dos produtos, além de um aumento no prazo de entrega que passou de 30 para 150 dias
A Federação do Comércio de Bens e Serviços do Amazonas (Fecomércio-AM) já incentiva o empresariado amazonense a antecipar as encomendas de produtos do segundo semestre para evitar desabastecimento e elevados preços que podem ser ocasionados pela seca severa prevista para este ano, que pode ser ainda pior que a registrada no ano passado. A informação é do presidente da entidade, empresário Aderson Frota.
O titular da representação empresarial explicou que as compras do comércio tendem a aumentar no início do segundo semestre porque “importantes datas comemorativas são celebradas neste período”.
“No primeiro semestre só temos uma data forte que é o dia das mães. E no segundo semestre temos o dia dos pais, das crianças, Black Friday e o Natal que são datas que movimentam a atividade comercial. Estou conclamando empresariados de todos os segmentos para planejar as suas compras, para não sofrermos o exagerado aumento de preços do ano passado”, explicou.
No ano passado, devido o registro da maior estiagem ocorrida no Amazonas em mais de 100 anos, os lojistas do estado chegaram a pagar 300% a mais no frete dos produtos, além de sofrerem com um aumento no prazo da entrega dos pedidos, que passou de 30 para 150 dias.
“A nossa preocupação é porque pagamos imposto antecipado em até 45 dias. Ou seja, às vezes, nem recebemos a mercadoria e nem sequer vendemos e já pagamos o tributo. Essa é a dificuldade”, adiciona Frota.
Medida paliativa
A maior seca da história registrada no ano passado, que diminuiu os níveis do Rio Negro e do Madeira ao menor nível já indicado, foi ocasionada pelo fenômeno El Niño potencializado pela ebulição climática, que altera significativamente a distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico, o que intensificou o verão amazônico.
No dia 24 de abril, o grupo Chibatão chegou a anunciar a instalação de um píer para facilitar a navegação de embarcações até Manaus em um possível cenário de seca potencializada. A iniciativa tem o apoio de entidades da indústria do Amazonas, cuja produção alimenta o restante do país, principalmente no período das festas de final de ano.
A expectativa é que o píer de 180 metros de comprimento por 24 metros de largura esteja em funcionamento de setembro a dezembro de 2024.