![Lula diz que plano do PCC “é mais uma armação do Moro”](https://cdn.oantagonista.com/cdn-cgi/image/fit=contain,width=573,height=312,format=auto/uploads/2023/03/Lula-Itaguai.jpg)
“Eu acho que é mais uma armação e, se for uma armação, ele vai ficar mais desmascarado ainda”, disse o presidente Lula, em visita a produção de submarinos, em Itaguaí, no Rio, na manhã desta quinta-feira (23).
Lula duvida que o plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar Sergio Moro seja real. Em coletiva de imprensa, ele riu e chamou a questão de “armação” do senador do União Brasil do Paraná.
De uma só tacada, lançou suspeita de crime sobre o Ministério Público de São Paulo, a Polícia Federal, uma juíza, o Ministério da Justiça do seu próprio governo e um senador.
“Eu não vou falar porque eu acho que é mais uma armação do Moro. Mas eu quero ser cauteloso e vou descobrir que aconteceu”, disse Lula, rindo. “É visível que é uma armação do Moro.”
O presidente disse que não irá atacar ninguém sem provas. Mas Isso não o impediu de dobrar a aposta: “Eu acho que é mais uma armação e, se for uma armação, ele vai ficar mais desmascarado ainda e eu não sei o que ele vai fazer da vida se ele continuar mentindo do jeito que está mentindo.”
Saiba mais
A segurança do Senado Federal foi comunicada no final de janeiro de 2023 por meio do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que havia um plano em execução contra o senador Sérgio Moro (União-PR).
A Polícia Legislativa foi acionada pelo presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD- MG) para providenciar escolta para o senador.
Nesta quarta-feira (22), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação para prender uma organização criminosa que pretendia assassinar o ex-ministro da Justiça.
A investigação da PF apurou que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) investiu 550 mil dólares (aproximadamente R$ 2,9 milhões) para criar o plano contra Moro (ver foto abaixo). O valor é referente a toda a estrutura montada para atentar contra o ex-juiz da Lava Jato. Neste valor estão inclusos os gastos com chácaras, veículos blindados e armas.
![](https://uploads.metropoles.com/wp-content/uploads/2023/03/23170452/anotacoes-moro.jpg)
Cerca de 120 policiais federais cumpriram 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná.
os suspeitos de planejar o sequestro e a morte de autoridades, como o senador Sergio Moro (União Brasil), utilizavam códigos e codinomes para atrapalhar uma eventual investigação.
De acordo com a decisão da juíza Gabriela Hardt, da Justiça Federal do Paraná, o grupo criminoso deu ao senador o codinome “Tokio”. Uma troca de mensagens anexa ao documento expedido pela Justiça ainda mostra que o termo “sequestro” era substituído por “Flamengo”.
Os nomes de outros clubes de futebol eram usados pelos suspeitos para despistar as autoridades. “Fluminense” substituía a palavra “ação”. “Ponte Preta” também aparece na troca de mensagens, mas a investigação não conseguiu identificar o significado.
Outro código utilizado era “México”, como forma de substituir a referência ao estado de Mato Grosso do Sul. De acordo com a decisão, Janeferson Aparecido Mariano Gomes seria o encarregado pela organização, financiamento, planejamento e execução do sequestro de Sergio Moro.