Se as eleições presidenciais fossem nesta semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Luiz Henrique Mandetta (DEM) venceriam o atual presidente Jair Bolsonaro, com 8 pontos percentuais de diferença na disputa final eleitoral, segundo pesquisa da consultoria Atlas.
O levantamento da empresa, encerrado na última quarta-feira (10), após a coletiva de Lula na sede do Sindicato dos Metalúrgicos no ABC paulista, indica que o petista ameaça a reelenção de Bolsonaro.
De acordo com a pesquisa Atlas, numa simulação de primeiro turno das presidenciais, Bolsonaro aparece com 32,7% das intenções de voto, contra 27,4% de Lula, formando o primeiro pelotão isolado.
Na sequência aparecem o ex-ministro Sergio Moro (9,7%), Ciro Gomes (7,5%), Luiz Henrique Mandetta (4,3%), o governador paulista João Doria (4,3%) e o apresentador Luciano Huck (2,5%). No cenário sem Lula, o ex-prefeito Fernando Haddad aparece em segundo lugar, com 15,4% (veja os quadros completos nesta reportagem).
Segundo turno – Já no segundo turno mais provável pelos números atuais, Lula aparece com 44,9% contra 36,9% de Bolsonaro, 8 pontos de diferença. Na simulação de segundo turno com Ciro, o pedetista também bate Bolsonaro (44,7% contra 37,5%).
O levantamento mostra uma boa performance de Mandetta em uma eventual disputa final, apesar dos números modestos do democrata no primeiro turno. O ex-ministro da Saúde bateria Bolsonaro por 46,6% contra 36,9%.
Já o tucano Doria aparece em rigoroso em empate com o presidente no levantamento, que tem margem de erro de dois pontos percentuais.
A pesquisa Atlas foi feita entre os dias 8 e 10 de março e captou apenas o começo do impacto do discurso de Lula nesta quarta-feira, quando ele se apresentou como antítese do presidente e criticou o Governo ponto a ponto, da gestão da pandemia à economia, com ampla repercussão midiática.
Rejeição, Moro e Doria – O levantamento também mediu a imagem do presidente Bolsonaro e da sua gestão, além da percepção pública de vários líderes políticos e personalidades.
Na pesquisa, 60% da população desaprova o atual ocupante do Planalto, contra 34,8% que o apoiam.
Trata-se de uma queda de três pontos percentuais na aprovação em relação à pesquisa anterior, em 21 de janeiro.
Apesar da redução, o patamar de apoio segue alto, puxado pelos homens (40% o aprovam), os evangélicos (53% o apoiam) e as regiões Norte e Centro-Oeste (41% e 42%, respectivamente, o apoiam), com índices de aprovação acima da média nacional.
O ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro Sergio Moro, aparece com 63% de rejeição, a maior desde que o Atlas começou a medir.
Já o governador tucano João Doria estabilizou sua imagem positiva (25%), mas ainda tem uma rejeição muito alta (60%). A pesquisa Atlas foi realizada com 3.721 entrevistas feitas por questionários aleatórios via internet. As respostas são calibradas por um algoritmo de acordo com as características da população brasileira.
Fonte: El País Brasil