
Para evitar nova derrota no Parlamento brasileiro e conseguir a aprovação da Medida Provisória dos Ministérios que teria o prazo de validade encerrado ontem (31) na Câmara dos Deputados, o presidente Lula liberou R$ 1,7 bilhão em emendas para os parlamentares. É o maior valor liberado num único dia desde o início do mandato.
A MP da reestruturação da Esplanada dos Ministérios havia sido adiada na Câmara dos Deputados para dar mais tempo de o petista conseguir os votos necessários para aprová-la por meio do “convencimento” dos parlamentares com o dinheiro na conta.
Para ter uma ideia, Lula levou cinco meses para liberar R$ 1,7 bilhão em emendas anteriormente, desde janeiro até os primeiros dias de maio. O total até agora é de R$ 4,5 bilhões liberados para as emendas individuais. Articuladores políticos do governo Lula disseram que o petista deve acelerar ainda mais a liberação de emendas.
Caso seja rejeitada pelos parlamentares, a estrutura dos ministérios voltará a ser organizada como antes, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A consequência disso é a extinção dos ministérios criados por Lula em janeiro, como o dos Povos Indígenas, da Cultura, da Igualdade Racial, dos Transportes e do Desenvolvimento e Indústria.
Aprovação
Lula passou um sufoco na Câmara, mas teve a MP dos 37 ministérios aprovada pelos parlamentares que, motivados pelo dinheiro na conta, trabalharam até depois das 22h da noite de ontem (31), e afastaram o risco de derrota do governo ou até a não apreciação no plenário da Câmara dos Deputados.
Depois da corrida contra o tempo, (MP) foi votada pelo Senado Federal nesta quinta-feira (1). O texto recebeu 51 votos favoráveis, 19 contrários e uma abstenção. A matéria segue para sanção presidencial.


