“Quero dizer mais: o que o governo de Israel está a fazer contra o povo palestino não é guerra, é genocídio, porque está matando mulheres e crianças”

Após a polémica desta semana, o presidente Lula voltou a atacar Israel nesta sexta-feira (23) reiterando que o país está cometendo um genocídio em território palestino. Os soldados judeus estão em guerra com os terroristas do Hamas, que usam os palestinos como escudos humanos com bases operacionais em escolas, templos e hospitais.
“Eu quero dizer para vocês que não troco a minha dignidade pela falsidade. E quero dizer para vocês que sou favorável à criação do Estado palestino livre e soberano. Que possa, esse Estado palestino, viver em harmonia com Israel”, afirmou em evento na Petrobras, no Rio.
“Quero dizer mais: o que o governo de Israel está a fazer contra o povo palestino não é guerra, é genocídio, porque está matando mulheres e crianças”.
Momentos mais tarde, Lula sublinhou mesmo que ninguém devia “interpretar a entrevista” a partir da fala que estourou a polêmica, mas sim lê-la.
“Leia a entrevista em vez de ficar me julgando pelo que disse o primeiro-ministro de Israel”, apontou, reiterando: “O que está acontecendo em Israel é um genocídio. São milhares de crianças mortas, milhares desaparecidas. E não estão morrendo só soldados, estão morrendo mulheres e crianças dentro de hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio”, completou.
Após ter comparado, no fim de semana, as ações israelitas na Faixa de Gaza ao Holocausto cometido pelos nazistas contra os judeus, Israel considerou Lula da Silva ‘persona non grata’, tendo a situação desencadeado várias reações a nível mundial.
Nota da redação
Segundo a Wikipédia, Genocídio é o extermínio deliberado de um povo – normalmente definido por diferenças étnicas, nacionais, raciais, religiosas e, por vezes, sociopolíticas – no total ou em parte. Como ocorreu na Segunda Guerra, quando 6 milhões de judeus foram exterminados de maneira industrial em câmaras de gás, instaladas nos campos de concentração para onde eram levados amontoados em trens.
Atualmente, dois milhões de palestinos vivem em Israel trabalhando em diversos segmentos da economia e com representação política no Parlamento israelense. Antes do ataque terrorista do Hamas, boa parte da mão-de-obra no Sul de Israel era de palestinos de Gaza, em fábricas e no comércio da região.
Em 2022, o Escritório Central de Estatísticas da Palestina estimou o número de palestinos em 14,3 milhões de pessoas, distribuídos da seguinte forma: 5,3 milhões nos territórios palestinos (36,6%); 2 milhões (11,5%) em Israel; 6 milhões em países árabes (46,2%) e mais de 600 mil em países estrangeiros (5,7%).


