
Valter Fernando da Silva, de 36 anos, foi morto, no domingo (19), ao defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de Edno de Abadia Borges, apoiador do presidente Lula, após divergências políticas em Jaciara (a 144 km de Cuiabá), de acordo com a polícia.
Borges fugiu e continua sendo procurado pela Polícia Militar de Mato Grosso. Até esta segunda (20), nenhum advogado havia se apresentado à polícia para sua defesa.
Borges e Fernando da Silva estavam em um bar do distrito de Celma, Zona Rural do município. De acordo com as investigações das polícias Civil e Militar, testemunhas relataram que os dois estavam bebendo e iniciaram uma discussão por motivos políticos -Borges defendia Lula e Silva, Bolsonaro.
O dono do bar disse que ouviu os disparos após a discussão e correu ao local, mas já encontrou Silva no chão.
Quando a polícia chegou ao local, o bolsonarista já estava morto. Durante as buscas, o carro do suspeito foi encontrado a 10 km do local do crime.
“Não tem como classificar o crime como político porque até onde apuramos não há motivação desse tipo. O que houve foi um crime qualificado por motivo fútil, que foi a divergência política ou ideológica”, afirmou o delegado José Ramon Leite.
Segundo o delegado, um pedido de prisão contra Borges seria feito ainda nesta segunda. “Nós abrimos o inquérito e estamos terminando as diligências. Já identificamos o autor dos disparos, estamos ouvindo testemunhas”, completou.
O local do crime e o carro localizado já passaram por perícia. Segundo a mãe de Silva, Irani da Silva, Edno e Valter eram amigos.
Esse é o segundo crime desse tipo no estado com grande repercussão. No ano passado, em Confresa (a 1.160 km de Cuiabá), um homem apoiador de Bolsonaro assassinou outro que defendia Lula a facadas. De acordo com a polícia, o autor tentou decapitar a vítima e, após o crime, ainda filmou o corpo.