
O Amazonas está entre os estados com maiores taxas de informalidade no Brasil em 2024, com mais de 28 mil trabalhadores informais a cada 100 mil habitantes, segundo dados do IBGE, mesmo com o recuo da taxa nacional para 38,3%.
Em 2024, 55,9% da população do Amazonas estava ocupada, o que corresponde a mais de 1,8 milhão de pessoas. Isso significa dizer que o número de pessoas na informalidade seria de aproximadamente mais de 950 mil pessoas.
Estados como Pará, Amapá, Roraima e Acre concentram os mesmos mais de 28 mil trabalhadores informais por 100 mil habitantes, com alguns chegando a 47 mil, número muito acima da média nacional.
Enquanto isso, estados do Sul e Sudeste, como Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul, apresentam os menores índices, com menos de 18 mil informais por 100 mil habitantes.
Informalidade nacional
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o Brasil tem hoje 39,5 milhões de trabalhadores informais, entre os 103 milhões de pessoas ocupadas no país.
A taxa de 38,3% representa uma melhora frente aos 38,9% do trimestre anterior (outubro de 2024) e aos 39% registrados em janeiro de 2024. Trata-se do menor patamar desde 2016 para um primeiro trimestre.
A melhora foi impulsionada pela redução de 553 mil trabalhadores sem carteira no setor privado, que agora somam 13,9 milhões.
O número de empregados com carteira assinada ficou estável em 39,3 milhões, com alta de 3,6% em relação ao ano anterior.
Troca de governos municipais impactou os dados do trimestre
O pesquisador do IBGE William Kratochwill destaca que a queda de 2% nos informais foi superior à da população ocupada como um todo (-0,6%).
Segundo ele, parte das perdas ocorreu no setor público, reflexo das demissões em prefeituras após as eleições municipais de 2024, um movimento típico de transição administrativa.
A taxa de desemprego subiu para 6,5%, levemente acima do trimestre anterior (6,2%), mas ainda abaixo da taxa de janeiro de 2024 (7,4%), e se mantém como a menor para o período desde o início da série histórica, em 2012.
Rendimento recorde
O rendimento médio real atingiu R$ 3.343, o maior da série histórica iniciada em 2012. A massa de rendimento subiu para R$ 339,5 bilhões, alta de 6,2% em relação ao ano anterior.
A população subutilizada permanece alta, com 18,1 milhões de pessoas, e os desalentados (pessoas que estavam disponíveis para trabalhar, mas não procuraram emprego no período de referência) somam 3,2 milhões, número que cresceu 4,8% no trimestre.
Apesar dos avanços, os dados confirmam que o país ainda enfrenta um mercado de trabalho frágil, desigual e em recuperação lenta nas regiões mais vulneráveis.


