Do dia em que o governo anunciou a primeira paciente curada de Covid-19, ainda em março, até o mais recente boletim de atualização de casos, o número de pacientes curados saltou de 1 para 18.348. O número representa pouco mais de 77% do total de números oficialmente confirmados da doença no estado em dois meses.
No cálculo de recuperação, o aumento foi de 1834800%. Os números contabilizam dados do dia 16 de março – três dias após o Amazonas confirmar o primeiro caso de Covid-19 – com a mais recente atualização da Fundação de Vigilância em Saúde, desta quinta-feira (20).
Histórico – O primeiro caso do novo coronavírus foi registrado no Amazonas no dia 13 de março quando uma mulher de 39 anos, que chegou de Londres, apresentou os sintomas e testou positivo para a doença. Ela não precisou ser internada e ficou em isolamento domiciliar. Três dias depois, em 16 de março, o governo informou que a mulher tinha saído do período de transmissibilidade.
Exatamente um mês depois, no dia 16 de abril, o Amazonas já tinha 221 recuperados. À época, o estado já possuía 1.719 casos confirmados da Covid-19 e,124 óbitos. Antes dessa atualização de casos de pessoas que saíram do período de transmissão, no dia 3 de abril, quando o Amazonas tinha 260 registros de recuperados. No terceiro mês, em 16 de maio, o número de curados em todo o estado ultrapassou a marca dos 10 mil curados, com um total específico de 10.639. No mesmo dia, os casos confirmados, ao todo, eram de 19.677 e 1.375 óbitos.
O número de recuperados tem a ver, principalmente, com a medida do isolamento social. Segundo um estudo feito pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), em análise na redução dos casos de óbitos por Covid-19 na primeira metade de maio em Manaus, o distanciamento social é um dos destaques. O exemplo usado pelos pesquisadores é do fechamento de comércios, escolas, igrejas e entre outros.
Um outro levantamento feito por uma empresa de tecnologia, que fornece informações por meio de dados de localização, mostrou que o índice de isolamento social em Manaus nos primeiros dias de maio teve picos abaixo de 50%. Conforme os órgãos de saúde, 70% é a média de isolamento social recomendada para a população.
Ainda no estudo da Ufam, matemáticos estimam que a adoção do uso de máscaras em Manaus ajudou na contenção dos números.
Outro exemplo que contribuiu para esse saldo de recuperados também foi reflexo da melhor capacidade de atendimento nos principais hospitais de Manaus. Na segunda-feira (18), o sistema de saúde pública da capital teve um aumento de mais de 65% dos leitos em pouco mais de dois meses. As instalações “desafogaram” o sistema, que viveu semanas intensas de um colapso iminente na saúde, com quase 100% dos leitos ocupados. Atualmente, a taxa de ocupação é de 82%.