
A cheia no Amazonas já impacta, diretamente, 343,7 mil pessoas. Ao todo, são 85.940 famílias atingidas em 29 municípios do interior que estão em estado de emergência. Outros 28 estão em estado de alerta, três em atenção e dois seguem na normalidade. As informações são do último boletim Operação Cheia 2025, divulgado pelo Governo do Amazonas nesse sábado, 31.
Dos 62 municípios do Amazonas, 57 declararam situação de emergência e alerta, sendo eles: Amaturá, Anamã, Apuí, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Boca do Acre, Borba, Carauari, Careiro Castanho, Careiro da Várzea, Eirunepé, Fonte Boa, Guajará, Humaitá, Ipixuna, Itamarati, Itapiranga, Japurá, Jutaí, Juruá, Manicoré, Maraã, Nova Olinda do Norte, Novo Aripuanã, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tonantins e Urucurituba, todos estão em emergência.
Já os municípios Alvarães, Anori, Autazes, Barreirinha, Beruri, Boa Vista do Ramos, Caapiranga, Canutama, Coari, Codajás, Iranduba, Itacoatiara, Lábrea, Manacapuru, Manaquiri, Manaus, Maués, Nhamundá, Novo Airão, Parintins, Pauini, Rio Preto da Eva, São Sebastião do Uatumã, Silves, Tabatinga, Tapauá, Tefé, Uarini e Urucará estão em alerta.
Em atenção, estão os municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira. As cidades de Envira e Presidente Figueiredo estão em normalidade.
De acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), a previsão para o fim do trimestre (abril, maio e junho) é de que as chuvas na região da Amazônia Legal estejam acima da média do Centro-Norte de Roraima ao norte do Amapá. Para a região do Amazonas, a previsão é de normalidade.
Conforme a meteorologista Andrea Mendes, a cheia na região do Amazonas é comum nesse período do ano. Ela explica que, entre o período de outubro até maio, quando as chuvas na região se intensificam, o fenômeno La Niña é um dos principais fatores que contribuem para o volume de água nos rios do Amazonas.
“Na Região Norte, nós temos dois períodos bem definidos: o período chuvoso e o menos chuvoso. Ele vai, geralmente, ali de outubro até maio, e o menos chuvoso vai de maio até início de outubro. Nos últimos dois anos, estava havendo essa questão de El Niño, e isso refletiu nessa situação. Nos finais de 2024 para início de 2025, começou um outro fenômeno, que é o La Niña, um sinal oposto ao El Niño. Ou seja, vai ter chuvas na Região Norte”. É esperado, climatologicamente, essa tendência de chuvas nesse período. O que aconteceu nos últimos dois anos é que o El Niño ocasionou as secas observadas na região, principalmente no Amazonas”, explicou.
Segundo a Defesa Civil do Estado, a previsão é que a cheia permaneça até o mês de julho. “As nove calhas de rios do Amazonas seguem em processo de cheia, com picos variados previstos entre março e julho”, diz um trecho do boletim Cheia.
Saúde
Alguns municípios também já recebem ajuda de medicamentos e atenção à saúde, além de alimentos e outros insumos. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), 72 kits de medicamentos foram enviados aos municípios de Apuí, Boca do Acre, Manicoré, Humaitá, Ipixuna, Guajará e Novo Aripuanã, beneficiando mais de 35 mil moradores dessas cidades.