Infovia 02. O cabo foi instalado no leito do Rio Solimões, e levará sinal de dados a 13 municípios do Amazonas

Manaus abrigará um “anel óptico” que interligará diferentes infovias do programa Norte Conectado. As inforvias são cabos de fibra ótica submersos para ampliar a estabilidade e a velocidade da internet na capital e em municípios da Amazônia.
Um “anel óptico” é uma infraestrutura de rede de fibra óptica organizada em um circuito fechado formando um loop. O principal objetivo é garantir alta disponibilidade e redundância, pois permite que os dados circulem em ambas as direções. Se um ponto do anel falhar ou um cabo for rompido, o tráfego pode ser redirecionado pelo lado oposto, mantendo a rede funcionando.
Conforme Jordan Paiva, diretor de projetos, infraestruturas e inclusão digital do Ministério das Comunicações, o projeto prevê a conexão direta das Infovias 01, 02 e 04, além das 05, 06 e 08, em fase de execução e com conclusão prevista até o fim de 2026.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta terça-feira (9) do lançamento do cabo subfluvial da Infovia 04, no leito do Rio Negro.
“Manaus, por conta da configuração do projeto Norte Conectado, se torna o grande ponto central, ponto de concentração. Por isso, nossa preocupação, do ministério das comunicações em relação a dar resiliência, ou seja, se houver algum corte, alguma interrupção, ele vai continuar funcionando. Em fibra ótica, a gente usa o conceito de anel óptica. Se você interrompe um lado, o outro continuará funcionando”, explicou Jordan Paiva.
A Infovia 04, que liga Boa Vista–RR a Vila de Moura (AM) é de 610 km de extensão — 480 km submersos no Rio Branco e 130 km em dutos terrestres — e recebeu investimento de R$ 118 milhões. A estrutura deve atender diretamente 460 mil pessoas em quatro cidades, oferecendo internet de alta velocidade a escolas, universidades, hospitais, prefeituras e órgãos de segurança.
O Norte Conectado, financiado pelo governo federal por meio do Novo PAC, tem investimento total de R$ 1,3 bilhão.
O programa prevê a instalação de 12 mil km de cabos de fibra óptica subfluviais nos rios da Amazônia, alcançando municípios em Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima. A estimativa é beneficiar diretamente 10 milhões de pessoas e evitar o desmatamento de até 68 milhões de árvores, pois a instalação submersa reduz grandes intervenções na floresta.
Segundo Jordan, os cabos possuem 24 pares de fibras ópticas, cada um capaz de transmitir até 4 terabits por segundo — equivalente a cerca de 200 mil vídeos em alta definição transmitidos simultaneamente.
A rede deve ampliar serviços digitais na região, incluindo telemedicina, educação a distância, comunicação em áreas de fronteira e integração de órgãos públicos.
Sobre o impacto ambiental, ele explicou que a instalação atende critérios do Ministério do Meio Ambiente para evitar danos. “Os cabos são inertes, sem eletricidade, transmitindo apenas dados por sinais de luz dentro da fibra óptica. Então, o efeito no meio ambiente é quase nulo e é lançado de forma criteriosa”, disse.
Jordan acrescentou que a inclusão digital beneficia diretamente as populações ribeirinhas. “À medida que você vai lançando, o cabo se deposita no rio e se mantém inerte. O efeito dessas estruturas nas populações ribeirinhas entendemos como inclusão social. Inclusão digital traz facilidade de desenvolver a economia local e acesso a serviços públicos de forma eletrônica, promovendo uma revolução para essas populações”.
Escolas, hospitais, fóruns, unidades militares e instalações da Funai já recebem conexão de alta velocidade. O Ministério das Comunicações considera a obra um avanço estratégico para a inclusão digital e a prestação de serviços essenciais na Amazônia.