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Manaus pode ficar isolada em 22 dias por via fluvial devido a seca no Amazonas

Com 2,3 milhões de habitantes, a capital da Amazônia, Manaus, pode ficar isolada dentro de 22 dias devido a seca dos rios do Amazonas, as ‘estradas’ da região por onde são transportadas mercadorias para o abastecimento da cidade, que possui um Polo Industrial (PIM) com 600 fábricas e um comércio pujante. A informação é do Broadcast Político online do jornal Estado de S.Paulo, que apurou que a situação foi discutida nesta terça-feira (3), no Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo brasileiro em Brasília, com a participação de técnicos do Ibama e até da Polícia Federal.

O governo federal vê risco de baixar o nível dos rios a ponto de isolar Manaus sob o aspecto logístico, onde se torna impossível a navegação até a capital do Amazonas. A situação foi discutida entre técnicos ontem (3).

A principal preocupação é com a estocagem de combustíveis – outros itens essenciais, mas menos volumosos, como remédios, poderiam ser transportados de avião em caso de emergência. Uma possibilidade seria levar combustíveis até Itacoatiara (AM), que fica mais próxima da foz do Amazonas que Manaus e tem acesso à capital do estado por via terrestre. O trajeto do mar até a cidade pelo rio teria menos chances de ficar comprometido do que até a capital.

O governo do estado viabilizou uma operação com os portos privados Super Terminais e Chibatão, para receber esses navios com containers e fazer o transbordo das mercadorias para balsas, que possam chegar até Manaus. A operação dos portos provisórios flutuantes, fundeados entre o município de Itacoatiara e a enseada do Rio Madeira, vão funcionar 24 horas por dia, durante todos os dias da semana. A primeira carga está programada para ser recebida na próxima segunda-feira (9), já a segunda deve chegar na quarta-feira (11).

Piratas

O governo ainda se preocupa com a atividade de piratas na região. Um aumento no movimento de cargas no local poderia ser um chamariz para os criminosos. Esse foi um dos motivos de a Polícia Federal estar representada na reunião técnica desta segunda-feira, na Casa Civil, que também teve a participação do Ibama e outros órgãos.

Além disso, foi discutida a situação de navegabilidade de outros rios amazônicos, como o Madeira. O nível da água em alguns locais está tão baixo que, na avaliação de fontes ouvidas pela reportagem, nem dragagens seriam suficientes para normalizar o tráfego.

O Rio Solimões, por exemplo, chegou na sexta-feira (30), ao menor nível da história no trecho que passa pela cidade de Tabatinga, no Amazonas, de acordo com relatório divulgado pelo Serviço Geológico Brasileiro (SGB). O órgão nunca havia registrado uma cota tão baixa neste mês. O relatório do SGB também aponta situação preocupante nos Rios Amazonas e Negro.

Atualmente, o problema ambiental que mais mobiliza as principais autoridades do Palácio do Planalto são os incêndios na Amazônia, no Pantanal, em São Paulo e outros lugares. Havia a expectativa do presidente Lula reunir governadores na semana passada para discutir o assunto.

Mas não havia sido fechada uma proposta federal para apresentar aos chefes de governo estadual. Há a expectativa de o tempo ficar mais seco nas próximas semanas, deixando o cenário ainda mais favorável para queimadas.

*As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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