
O Gabinete de Crise instalado pelo Governo do Amazonas realizou suas primeiras operações nesta terça-feira (11) com uma inspeção no sistema prisional e reforço no policiamento nas ruas de Manaus. O objetivo é reduzir as chances de rebeliões e procurar tranquilizar os manauaras, que ficaram apreensivos com a ousadia dos criminosos que promoveram assassinatos e um foguetório no final da tarde e início da noite de ontem, segunda-feira (10).
As inspeções ocorreram no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), e Centro de Detenção Provisória Masculino 1 e 2, situados no km 8, da BR 174. Em toda a capital, a Polícia Militar desencadeia a operação Guardião, com barreiras de fiscalização e incursões policiais em regiões alvo de denúncias de tráfico de drogas.
Policiais militares do Comando de Operações Especiais, Batalhão de Choque, Rocam e o Corpo de Bombeiros acompanharam os trabalhos. Por via aérea, as unidades prisionais foram monitoradas por helicópteros do Departamento de Operações Aéreas. Outros sobrevoos foram realizados ao longo do dia no sistema prisional e na cidade.
Participaram da visita o secretário executivo de Segurança Pública, coronel Anézio Paiva, o secretário de Administração Penitenciária, coronel Vinicius Almeida, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Ayrton Norte, e representantes da Vara de Execuções Penais, Ministério Público do Estado e Defensoria Pública do Estado.
Um alerta do sistema de inteligência ontem motivou a instalação do Gabinete de Crise pelo governador em exercício, Carlos Almeida – o governador Wilson Lima estava em Brasília participando do encontro dos governadores. O levantamento apontava risco de desestabilização no sistema prisional em decorrência de homicídios registrados na cidade relacionados ao conflito entre grupos rivais de criminosos, que brigam por territórios para o comércio ilegal de drogas.
“O Sistema Integrado de Inteligência monitora tanto a parte do sistema prisional quanto a parte de rua. Qualquer alerta é comunicado de imediato ao secretário e demais integrantes do Sistema, que repassa ao chefe do Executivo para a ativação ou não do comitê”, informou o secretário executivo de Segurança Pública, coronel Anézio Paiva.
Operações policiais – Desde a noite de segunda-feira (10), houve um aumento de operações policiais na capital para prevenir conflitos entre grupos rivais de traficantes. Além do efetivo que faz parte do trabalho ordinário das polícias, foram convocados policiais que integram os setores administrativos dos órgãos da Secretaria de Segurança, das polícias, além dos policiais cedidos para órgãos dos outros poderes.
Nas últimas horas, foram mais de 20 prisões e a apreensão de armas foram feitas. Entre os casos, um trio investigado pela autoria de pelo menos dez homicídios foi preso durante operação da Secretaria de Segurança na Zona Leste de Manaus. Com eles, foram encontradas quatro armas. Na Zona Sul, policiais da 24ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) prenderam cinco homens que estavam soltando fogos na cidade. O caso foi encaminhado para o Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), da Polícia Civil.
“Estamos com a força total do Sistema de Segurança e essas operações não têm tempo para acabar. O Sistema não fala em facção, mas em criminosos. Qualquer pessoa que faz frente ao Estado é tratada como criminoso, e será combatido como tal”, enfatizou Paiva, durante entrevista coletiva realizada na tarde desta terça-feira.