
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, minimizou em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta segunda-feira (10), o início das pesquisas na margem equatorial do Rio Amazonas.
“Você dificilmente vai encontrar um país que não esteja vivendo desafios e contradições na transição energética. A França investiu muito em energia nuclear, e 60% de sua matriz energética é fóssil. A Europa passou a considerar o gás um combustível de transição”, disse Marina, que prosseguiu.
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“Foi importante o presidente Lula dizer, na cúpula de líderes, que precisamos acabar com a dependência dos combustíveis fósseis. Não basta querer sair da dependência, temos que criar as bases para isso. É preciso usar parte do lucro do petróleo para investir na transição energética. Investir em hidrogênio verde e energia eólica e solar. O Brasil está disposto a fazer isso pela justiça climática”.
A ministra ainda acrescentou.
“Não é possível abandonar combustíveis fósseis por decreto, porque haveria um colapso energético global. O Brasil é o país com maior vantagem comparativa, por já ter matriz energética 45% limpa e matriz elétrica 90% limpa. O presidente tem dito que a Petrobras precisa deixar de ser uma empresa de exploração de petróleo e se transformar urgentemente numa empresa de produção de energia”.
Como mostramos, em outubro, a Petrobras recebeu a licença de operação do Ibama para perfurar um poço exploratório no bloco FZA-M-059, localizado em águas profundas da Margem Equatorial, a cerca de 500 km da foz do rio Amazonas e 175 km da costa do Amapá.
Segundo a estatal, o objetivo é obter dados geológicos e avaliar o potencial de ocorrência de petróleo e gás em escala comercial. A empresa reforçou que não há produção de petróleo nesta etapa.
Desde o início do ano, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), vinha atuando para o destravamento dessa licença.


