Melo deve depor amanhã (7). Ele e Edilene Oliveira são investigados no processo, que apura desvios milionários da Saúde do Estado

A Justiça Federal iniciou na manhã desta terça-feira (6), o interrogatório de réus do processo oriundo da Operação Manaus Caminhos. A audiência e a coleta dos depoimentos está sendo conduzida pela juíza federal Ana Paula Serizawa, da 4ª Vara da Justiça Federal, responsável pelo processo.
A ex-primeira-dama, Edilene Oliveira chegou acompanhada do ex-governador José Melo (PROS), em um carro alugado. Eles saíram do veículo após 10 minutos, no horário de abertura da Justiça Federal e do iniciou do interrogatório.
Mesmo não sendo o dia do seu interrogatório, Melo acompanhou a esposa, mas foi dispensado. Durante as oitivas da Operação Maus Caminhos, o ex-governador chegou a assistir outros depoimentos.
Melo e Edilene cumprem medidas cautelares, tendo que usar tornozeleira eletrônica para monitoramento, não podendo se ausentar de Manaus e do Estado, além de não poder entrar em contato com outros acusados do processo.
Antes de Edilene, chegaram à sede da Justiça Federal o ex-secretário estadual de Administração, Evandro Melo, irmão do ex-governador; e o ex-secretário executivo adjunto do Fundo Estadual da Saúde, José Duarte dos Santos Filho.
Na quarta-feira – Amanhã, na quarta-feira (7), a juíza interrogará Melo, Pedro Elias, Raul Zaidan, Wilson Alecrim e Afonso Lobo. As audiências poderão continuar nos outros dias caso seja necessário, segundo a magistrada.
Operação Maus Caminhos-Em 2016, a Operação Maus Caminhos desarticulou um grupo que desviava recursos públicos por meio de contratos firmados com o governo do Estado para a gestão de três unidades de saúde em Manaus, Rio Preto da Eva e Tabatinga, feita pelo Instituto Novos Caminhos (INC), instituição qualificada como organização social.
As investigações que deram origem à operação demonstraram que, dos quase R$ 900 milhões repassados, entre 2014 e 2015, pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) ao Fundo Estadual de Saúde (FES), mais de R$ 250 milhões teriam sido destinados ao INC. A apuração indicou o desvio de pelo menos R$ 50 milhões em recursos públicos, além de pagamentos a fornecedores sem contraprestação ou por serviços e produtos superfaturados, movimentação de grande volume de recursos via saques em espécie e lavagem de dinheiro pelos líderes da organização criminosa.
As operações Custo Político, Estado de Emergência e Cashback, desdobramentos da Operação Maus Caminhos, mostraram, ainda, o envolvimento de agentes públicos, políticos da alta cúpula do Executivo estadual, entre eles o ex-governador José Melo, e pessoas ligadas a agentes públicos em um esquema de propina criado para acobertar e colaborar com os desvios feitos pelo grupo que geria as unidades de saúde, liderado pelo médico Mouhamad Moustafa.