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Médica chinesa que denunciou surto de coronavírus em Wuhan está desaparecida

A diretora do Departamento de Emergência do Hospital Central de Wuhan, Ai Fen, está desaparecida. Ela sumiu desde revelou à revista “People”, que uma colega enviou um relatório, no final de dezembro passado, informando sobre uma infecção preocupante semelhante a Covid-19. Na época, ela foi proibida pelos seus superiores de falar sobre o que se passava.

Segundo a investigação do programa “60 Minutes”, da rede CNN Austráliahá duas semanas, Ai tornou a situação pública na revista chinesa Renwu, dizendo que tinha sido silenciada em dezembro de 2019, após alertar os seus superiores para o vírus desconhecido, que naquela altura não parava de surgir.

O presidente da República Popular da China, Xi Jinping, ordenou que a entrevista fosse apagada da internet e agora o paradeiro de Ai é “desconhecido”. A mesma investigação sublinha ainda que, caso o governo não tentasse ocultar o início do surto, este poderia ter sido contido em 95%.

Ai compartilhou uma foto do relatório em um grupo WeChat no dia 30 de dezembro e, em seguida, seus membros divulgaram a foto mais amplamente, segundo o jornal “South China Morning Post”. O médico denunciante Li Wenliang, de 34 anos, que foi silenciado por autoridades chinesas e depois morreu do vírus Covid-19, fazia parte desse grupo. A médica disse que também deu às autoridades do hospital um alerta sobre o vírus.

“Até peguei o diretor do departamento de respiração do hospital, que passava pelo meu consultório, e disse a ele que um de seus pacientes estava infectado com um vírus do tipo SARS”, disse Ai à revista “People”, segundo o Post.

No dia seguinte, os líderes do hospital disseram a Ai que a comissão de saúde de Wuhan tinha proibido os médicos de linha de frente de dizer qualquer coisa sobre o vírus, numa tentativa de evitar o pânico.

A médica afirmou que também foi censurada por um funcionário do hospital, que a acusou de “espalhar boatos”, informou o post. Ela foi ordenada a não falar sobre isso, nem ao marido, e a informar aos funcionários que não tinham permissão para divulgar publicamente nenhuma informação sobre a doença.

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