Os advogados da ginecologista Michelle Chechter tentam interromper o inquérito, mas não conseguiram nem na primeira nem na segunda instância da Justiça no Estado do Amazonas
A ginecologista Michelle Chechter, que fez experimento com cloroquina na Maternidade Dona Lindu em Manaus, é investigada por homicídio no inquérito que corre na 15ª Delegacia de Polícia Integrada, na capital amazonense.
Em 2 de março, uma paciente tratada pela médica, a técnica em radiologia Jucicleia de Sousa Lira, morreu, 27 dias depois de dar à luz um bebê e continuar internada em razão da covid-19.
Jucileia, que tinha 33 anos, foi submetida a um experimento com cloroquina sem autorização de um comitê de ética em pesquisa, o que é ilegal. Michelle aplicou cloroquina nebulizada em Jucicleia. https://portalvoce.com/amazonas-demite-e-apura-uso-de-hidroxicloroquina-por-medica-em-paciente-que-morreu/
O marido contou ao repórter Fábio Maisonnave, da Folha de São Paulo, que nem sabia do experimento. Quando o caso veio à tona, a médica mostrou o termo assinado por Jucileia, mas o texto não atende aos requisitos éticos da pesquisa, como a informação clara dos riscos do experimento.
A médica está tentando interromper a investigação policial no Amazonas. Seus advogados impetraram habeas corpus, que foi negado em primeira e segunda instância. Enquanto isso, o inquérito segue.
O inquérito é conduzido sob sigilo, mas a informação de que a médica é investigada por homicídio foi tornada pública pelos próprios advogados dela, com a tentativa do habeas corpus.
Fonte: Folha de São Paulo