O prédio de 17 andares da Receita Federal no Centro de Manaus, que será adaptado como moradia, está desocupado há 13 anos.
As obras de readequação para condomínio habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, depende da assinatura de contrato da empresa vencedora da licitação, que ainda não ocorreu.
O projeto inclui a instalação de 128 apartamentos e área comercial no térreo e no primeiro andar, segundo a SPU. A desocupação total ocorreu em 2012, ano em que houve também um incêndio no terceiro andar.
“Desde 2008 ocorreu o processo de desocupação do prédio. Alguns órgãos tinham começado um processo de mudança para outros imóveis, mas isso se intensificou a partir de 2012 quando ocorreu o sinistro no terceiro andar”, diz Mauro Leno.
Em nota, a Suhab (Superintendência Estadual de Habitação) informa que o prazo de adequação das obras no prédio avança e que a empresa “Construtora IF” foi a vencedora do edital para requalificação do imóvel. Nas próximas etapas acontecerá a assinatura de contrato com a Caixa, para a “execução da obra completa no prazo estipulado de até 18 meses”.
“A Suhab juntamente com a Sedurb, lançaram o edital de credenciamento para empresas interessadas em concorrer ao retrofit, consagrando-se vencedora a Construtora IF.
O prazo para execução da obra é de 18 meses, após a assinatura do contrato e também, da ordem de serviço”, diz na nota.
Um vigilante faz a segurança na entrada pela Rua Marechal Deodoro. Parte da estrutura antiga, com divisórias, cadeiras, móveis de escritórios e alguns arquivos obsoletos, estão espalhados nos primeiros três andares. Sem uso, o imóvel fica fechado o que causa mofo e o cheiro é forte.
Os elevadores estão parados há mais de dois anos e contam com um sistema de drenagem de água no tempo da cheia que funciona junto com o sistema de energia do prédio.
“A SPU manteve os serviços de segurança, senão o prédio podia ser ocupado. Manter os serviços de manutenção dos elevadores eram muito caros para um imóvel que deixou de ser ocupados”, diz Mauro Leno.
Durante mais de três décadas, o prédio da Receita Federal, chamado pelos funcionários da instituição de “Cecilião”, referência ao nome da delegada Cecília Margarida Santos de Oliveira, funcionária nos anos 1970, foi emblemático para Manaus.
“Trabalhei durante 28 anos nesse prédio, de 1977 a 2005. O edifício era um símbolo da cidade, porque representava uma nova lógica na administração tributária”, diz o economista Serafim Corrêa, atualmente secretário de estado de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Amazonas.