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Ministério mantém restrição ao cacau e cupuaçu no Amazonas

O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) mantém a proibição de transporte de frutos do cacau e cupuaçu no  município de Urucurituba (a 207 quilômetros de Manaus). A restrição sanitária é para evitar a propagação da doença monilíase.

A proibição foi adotada no início de julho quando técnicos agropecuários detectarem um foco de contaminação pela praga no cacau (theobroma cacao) e no cupuaçu (Theobroma grandiflorum).

Nesta quarta-feira (24), a Adaf (Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas) confirmou que a restrição foi ampliada para o município de São Paulo de Olivença (a 985 quilômetros da capital).

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O controle no transporte dos frutos evita a dispersão da praga para outras regiões do Amazonas e outros estados. A doença atinge somente as plantas hospedeiras do fungo, sem riscos de danos à saúde humana.

“Procedemos com a interdição imediata da propriedade afetada para evitar qualquer propagação da praga, implementamos técnicas de erradicação para eliminar a monilíase na propriedade foco e proibimos o trânsito de frutos e amêndoas do município afetado para outras regiões”, relata a diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Mapa, Edilene Cambraia.

Além de Urucurituba e municípios próximos, a circulação de cacau e cupuaçu também está proibida em Tabatinga, Benjamin Constant, Atalaia do Norte.

“Aumentamos a fiscalização sobre o trânsito de vegetais e iniciamos campanhas de conscientização e treinamento em Urucurituba e em 10 municípios vizinhos entre Itacoatiara e Parintins na divisa com o Pará, maior produtor de cacau do país, que estão em plena execução”, complementou Edilene.

Outra ação coordenada pelo Mapa para reforçar a vigilância e o controle fitossanitário é a prorrogação da declaração de emergência fitossanitária para os estados do Acre, Rondônia, Amazonas e inclusão do estado do Pará em virtude do risco de dano à produção agrícola.

Também foi encaminhado ao governo do Amazonas o pedido de restrição da emissão de notas fiscais interestaduais de amêndoas de cacau provenientes do estado, segundo o Mapa.

A monilíase é uma doença que afeta plantas como o cacau e o cupuaçu causando perdas na produção e uma elevação nos custos devido à necessidade de medidas adicionais de manejo e aplicação de fungicidas para o controle da praga.

O primeiro foco da praga no Brasil foi identificado em julho de 2021 em área residencial urbana no município de Cruzeiro do Sul, interior do Acre. Em novembro de 2022, o segundo foco foi detectado no município de Tabatinga, no estado do Amazonas, dessa vez, em comunidades rurais ribeirinhas.  

Expansão do cacau

Segundo dados do RAT (Relatório de Acompanhamento), do Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas), o Amazonas produziu 967 toneladas de cacau e 4.845 mil frutos de cupuaçu em 2023.

No estado, 59 municípios trabalham com produção de cupuaçu e 32 municípios produzem cacau. Apuí, Barreirinha, Borba, Manicoré, Novo Aripuanã, Urucurituba, Nova Olinda do Norte, Coari, Canutama e Lábrea, São Paulo de Olivença são alguns municípios que integram o Projeto Prioritário do Cacau.

O cacau é uma commodity (mercadoria primária), cujo preço da tonelada gira, atualmente, em torno de US$ 11 mil (dólares), uma vez que os principais produtores da fruta enfrentam problemas para atender à demanda do mercado.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil produziu 270 mil toneladas de amêndoas de cacau em 2020-2021.

Na Região Norte essa produção ficou em 150 mil (toneladas), sendo o Pará responsável por 96% do total regional. O Pará é maior produtor nacional desse fruto, com R$ 1,8 bilhão dos cerca de R$ 3,5 bilhões movimentados no país em 2020, segundo a Embrapa.

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