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Ministro de Lula condena invasões do MST; atrasam reforma agrária

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, participou de audiência pública ontem (3) na Câmara e hoje (4) no Senado. Em ambos, ele afirmou que é dever do Estado apoiar, por meio da reforma agrária, quem tem o sonho de ser produtor rural, mas condenou as ocupações de terras praticadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).

Disse ainda não apoiar qualquer tipo de prática ilegal. “Posso aqui fazer um compromisso com todos vocês. Não faz nenhum sentido o governo do presidente Lula, que é ligado aos movimentos sociais, que abre a porta ao diálogo, aos movimentos sociais, ter invasão de terra, desrespeitar a lei. Se quer conseguir a reforma, não é com invasão de terra. Ao contrário, vai dificultar o processo, vai colocar gasolina no fogo desse país dividido”.

Maioria cumpre legislação ambiental

No senado, o ministro reforçou que a imensa maioria dos produtores brasileiros cumpre as regras ambientais e defendeu que o MST não seja criminalizado. 

“Acho engraçado o preconceito nesse país… porque grandes produtores, empresários podem ir à China buscar novos negócios e o representante de um movimento social, não”, questionou referindo-se à participação de João Stédile, líder do MST, na comitiva de Lula.

Ele considera que as invasões sejam condenadas e que não se resolve um problema, por exemplo, demarcando terras para indígenas e criando outro, ao expulsar famílias de pequenos produtores sem indenização.

Fávaro ainda falou que não se pode pensar em aumento de impostos nem taxar exportações sob pena de perdermos competitividade.

Diante das críticas pelo compartilhamento de órgãos como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) entre os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, o ministro defendeu a transversalidade de ações entre os ministérios e lembrou das diferenças entre os diversos tipos de produtores rurais, que justificam essa ação de mais de um órgão.

“Qual a necessidade de ter dois ministérios de Agricultura, um voltado aos pequenos e outros aos médios e grandes produtores? É que o médio e o grande produtor têm capacidade de contratar engenheiro agrônomo, engenheiro ambiental, têm capacidade de buscar crédito, senão do Plano Safra, mas de recursos internacionais, de traders; têm mecanismos próprios de tocar a sua propriedade e dependem menos do Estado para desenvolver sua atividade. Já o agricultor familiar, não”, explicou.

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