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Monitoramento registra piora na qualidade do ar manauara por fumaças

Monitoramento feito pelo Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), analisado neste domingo (23), revelou que a qualidade do ar caiu nas zonas Oeste, Sul e Leste.

As análises do sistema foram acompanhadas por relatos nas redes sociais, que notaram diferença no ar da cidade. Internautas residentes de Manaus relataram neste fim de semana o retorno do cheiro forte de fumaça.

O caso preocupa os moradores da cidade que, em 2023, viveram o pior ano de propagação de fumaça causa pelas queimadas na região metropolitana.

O Amazonas registrou altos números em focos de incêndio no ano passado, o que resultou em uma queda na qualidade do ar e nuvens de fumaça sobre a capital e outros municípios do Estado. Este ano, com a previsão de uma seca tão intensa quanto a do ano passado, de acordo com o governo estadual, a preocupação é que a capital retorne a esta realidade.

Análise realizada no sábado (22), por exemplo, retrata uma queda na qualidade do ar na região correspondente ao bairro Santo Agostinho, na Zona Oeste de Manaus, com indicadores de poluição “moderada”. Já no bairro Colônia Antônio Aleixo, na Zona Leste, o ar apresentou qualidade “péssima” pela manhã.

O Corpo de Bombeiros do Amazonas (CBMAM) disse que atua desde o início deste mês no combate a incêndios florestais.

“O lançamento antecipado das operações neste ano faz parte do plano estratégico da corporação de monitoramento e combate das ocorrências deste gênero, que devem ter aumento na demanda em virtude da chegada do verão amazônico e da severa estiagem prevista para 2024″, afirmou, em nota.

De acordo com o órgão, entre os dias 3 e 21 de junho, 71 incêndios foram combatidos no Estado, sendo 38 na capital e 33 no interior. Dentre os municípios do interior, o maior quantitativo de incêndios combatidos foi registrado em Humaitá, que integra a região conhecida como “Arco do Fogo“, no Sul do Amazonas. 

No interior, a “Operação Aceiro 2024” realiza ações de combate aos incêndios no Sul do Estado e na Região Metropolitana de Manaus. Nesta primeira fase, militares da corporação foram enviados aos municípios de Humaitá, Apuí, Lábrea, Boca do Acre, Manicoré, Novo Aripuanã, Maués, Canutama, Tapauá, Careiro, Manaquiri e Autazes. Ao todo, a missão já conta com atuação de mais de 300 agentes, entre bombeiros, brigadistas e homens da Força Nacional. 

Na capital, a “Operação Céu Limpo” atua por meio do plano de contingência. Nela, as equipes de bombeiros respondem por ocorrência, também, no monitoramento estratégico dos focos, por meio dos painéis tecnológicos da Sala de Situação do Corpo de Bombeiros Militares do Amazonas (CBMAM).

Queimadas na Amazônia


Os índices de queimadas na Amazônia aumentaram significativamente em 107% nos cinco primeiros meses de 2024, em comparação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Neste ano, o bioma já registrou 10.647 focos de queimadas entre 1° de janeiro e 31 de maio, um aumento de 107% em relação ao mesmo período do ano passado e um número 131% superior à média dos três anos anteriores para este mesmo período. Em 2023, a capital atingiu o terceiro pior nível de ar no mundo. O nível atingido é considerado “perigoso à saúde”, segundo a IQAir, base de dados colaborativa que registra as condições do ar.


Preocupação com a seca

O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), realizou uma coletiva de imprensa no dia 9 de maio para divulgar as medidas que o Executivo deve tomar a respeito do período de seca previsto para a segunda metade de 2024. De acordo com o Painel do Clima, site de monitoramento do Estado, a previsão é que o nível dos rios atinja marcações tão baixas quanto o ano passado, o que resultou na maior estiagem dos últimos 100 anos.


Com o objetivo de mitigar os impactos, o governo anunciou a emissão de licenças ambientais junto ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) para a dragagem em quatro trechos de rios do Amazonas. Com a regularização, o processo deve ser iniciado antes do período crítico.

De acordo com o governador, comunidades do interior e da capital poderão ter dificuldade de acesso a mantimentos e água potável devido ao recuo dos rios. Outro agravante é o comprometimento da atividade econômica no Estado, por conta da maioria das mercadorias ser transportada por meio fluvial. As secas também podem aumentar o número de ocorrências de queimadas e, como consequência, piorar a qualidade do ar.

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