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Moro fará explanação ao Senado em estratégia para evitar CPI

Lideranças de oposição se mobilizam para recolher assinaturas para abertura do inquérito contra o Ministro e para ter o apoio do Centrão.


Estratégia do ministro, com aval do Planalto, é transformar o vazamento de mensagens em um debate entre quem é a favor ou contra a operação
Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), propôs a realização, por parte dos partidos de oposição, a a possibilidade de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a atuação de Moro e dos procuradores da força-tarefa de Curitiba, entre eles o procurador Deltan Dallagnol.

Moro já avisou que irá prestar esclarecimento espontaneamente à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), do Senado nesta próxima quarta-feira (19). O ministro vai explicar acusação de interferência na Operação Lava-jato na época em que era juiz federal. Ele se antecipou à convocação para evitar a formação de uma CPI para apurar se houve desvio de conduta dele e de procuradores.

Moro e outros auxiliares do presidente Jair Bolsonaro (PSL) entenderam que com as explicações podem frear uma eventual CPI com foco no ministro, tido como uma reserva ética do governo. Uma das possibilidades traçadas como estratégia do Ministro para esta quarta-feira quando estará cara-a-cara com os senadores é transformar o vazamento de mensagens em um debate entre quem é a favor ou contra a operação.

Enquanto Moro prepara defesa, o senador Angelo Coronel (PSD-BA) colhe assinaturas para criar a CPI contra o ministro. O congressista ainda não tem o número suficiente de assinaturas para o procedimento, mas continua na busca.

Além disso, petistas afirmam que, em vez de abrir dois flancos, é melhor priorizar a CPI para investigar fake news nas eleições de 2018, cujo requerimento de criação já está sobre a mesa de Davi. Nas redes sociais, parlamentares cobravam a volta da tramitação de projetos que combatem o abuso de autoridade e apontavam os reflexos que a crise teria no calendário do pacote anticrime apadrinhado por Moro.

Reservadamente, dizem que o PT não estará tão à vontade na sessão porque qualquer manifestação mais enfática pode soar ideológica e como bandeira contrária ao combate à corrupção.

Dizem ainda que antagonistas de Moro, como Renan Calheiros (MDB-AL), também não devem ir para o confronto, sob risco de acabar fortalecendo o ministro.

Apoio – Na última sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que é “zero” a possibilidade de demitir Moro em razão do episódio sobre a suposta troca de mensagens entre o ex-juiz da Lava Jato e procuradores da força-tarefa da operação. “Não existe essa possibilidade (de Moro ser demitido), zero”, afirmou em café da manhã com jornalista no Palácio do Planalto.

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