por: O ex-ministro vai depor, na manhã deste sábado (2), em Curitiba, no inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir no trabalho da PF
O ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, deverá apresentar, neste sábado (2), em Curitiba, provas das declarações que deu na sua saída do ministério, na semana passada, de que haveria uma tentativa de interferência política do presidente da República, Jair Bolsonaro, na Polícia Federal.
A oitiva será a primeira medida tomada no inquérito aberto a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, para apurar suposta tentativa de interferência na PF ou crime de denunciação caluniosa. Moro será ouvido por delegados e procuradores da equipe de Aras.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello determinou que Moro fosse intimado para prestar depoimento à Polícia Federal (PF) no prazo de cinco dias, a contar do dia 29 de abril.
O ex-ministro deu entrevista esta semana a revista Veja sobre a campanha de fake news e de ataques que vem sofrendo de correligionários de Bolsonaro, depois que saiu do governo falando da interferência do presidente no Ministério da Justiça e da Segurança Pública.
“Estou dando entrevista aqui porque tenho sido sucessivamente atacado pelas redes sociais e pelo próprio presidente. Hoje mesmo, quarta, ele acabou de dar declarações, ontem deu declarações. Venho sendo atacado também por parte das pessoas que o apoiam politicamente. Tudo o que estou fazendo é responder a essas agressões, às inverdades, às tentativas de atingir minha reputação”, disse Moro.
Na entrevista a revista, o ex-ministro diz que o governo nunca esteve focado no combate a corrupção e que isso somente ocorreu durante a sua gestão. E justificou afirmando que primeiro foi a ida do Coaf para o Ministério da Economia. Depois foi a Lei Anticrime, que ele “implorou ao presidente Bolsonaro que vetasse a figura do juiz de garantias”. E por fim a demissão de Maurício Valeixo da direção da PF.
Sem saber ainda o que fará no futuro, o ex-ministro só faz questão de dizer que não pensa em política “no momento”, mas seus amigos e familiares já começaram a colocar para rodar nas redes o lema: “Faça a coisa certa sempre”. Ele avisou que a conversa com dele será no tribunal. “As provas serão apresentadas no momento oportuno, quando a Justiça solicitar”.
Moro disse nesta sexta-feira (1) que na entrevista falou para para se defender e para explicar a sua saída do governo, “nem mais, nem menos”.
