
O cantor Tony Bennett, ícone da música pop, jazz e romântica americana, morreu aos 96 anos, hoje (21), em Nova York. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do cantor à agência de notícias Associated Press, nesta sexta-feira (21).
Segundo a revista “Variety”, Bennett foi diagnosticado com a doença de Alzheimer em 2016, mas continuou a se apresentar e gravar até 2021.
Conhecido pelas apresentações com cantores como Frank Sinatra e Lady Gaga, ele vendeu milhões de discos em todo o mundo e ganhou 20 Grammys, incluindo um prêmio pelo conjunto da obra.
Vida e obra
Com mais de 70 anos de carreira, Bennett chegou a ser chamado de “o maior cantor popular do mundo” por Sinatra. Até 2009, vendeu mais de 50 milhões de discos. Ele ficou mais mais conhecido no mundo pela gravação de 1962 de “I left my heart in San Francisco”, até hoje sua canção mais popular.
A “Variety” destacou que o artista foi um dos principais do segmento pop nos anos 1950 e início dos anos 1960. No entanto, retomou o estrelato nos anos 1990, sob a gestão do filho, Danny. Ele também voltou aos holofotes da música mundial ao gravar um dueto de “Body and Soul” com Amy Winehouse. Também lançou um álbum com Diana Kral e gravou canções com Lady Gaga.
A última aparição pública do artista foi com Gaga, no Radio City Music Hall em agosto de 2021. O último lançamento de sua carreira ocorreu dois meses antes disso — um set de “Love For Sale”, sequência de “Cheek to Cheek” que alcançou o topo das paradas de 2014.
Tony Bennett nasceu Anthony Dominick Benedetto em 1926. Filho de imigrantes italianos, ele teve uma educação pobre em Queens, em Nova York. Seu pai morreu quando ele tinha 10 anos, quando o menino já cantava profissionalmente.
Depois de servir nos estágios finais da Segunda Guerra Mundial como soldado de infantaria do Exército dos EUA na Alemanha e na França (a experiência com a guerra, que ele definiu certa vez como “assassinato legalizado”, o traumatizou pela resto da vida) , Bennett começou sua carreira como cantor de canções pop comerciais (inicialmente com o nome de Joe Bari) e depois acabou assinando com a Columbia Records.
A carreira

Na adolescência, ele se tornou um garçom cantor, ganhando dinheiro para a família antes de se matricular para estudar música e pintura na Escola de Arte Industrial de Nova York.
Seu primeiro grande sucesso veio em 1951 com Because of You, que ganhou popularidade nas jukeboxes, depois alcançou o primeiro lugar nas paradas pop, vendendo mais de um milhão de cópias.
Os sucessos continuaram ao longo da década: “Blue velvet”, “Rags to riches”, nos quais buscou igualar-se o suingue de seu herói de infância, Frank Sinatra. Nos 50, também, ele lançou álbuns que virariam clássicos, como “The beat of my heart” e “Basie wings, Bennett sings”.
Logo, Tony Bennett se tornou um ídolo adolescente e, quando se casou com sua primeira esposa, Patricia Beech, em 1952, milhares de fãs se vestiram de preto para “lamentar” a cerimônia.
Sua carreira sofreu um golpe em meados dos anos 60, com a chegada às paradas americanas do rock de bandas inglesas como os Beatles e os Rolling Stones. Nos 70, ele enfrentou uma série de problemas pessoais, incluindo o fim de seu segundo casamento e um sério vício em drogas.
No entanto, dois álbuns gravados com o pianista Bill Evans (em 1975 e 1976) seriam a chave para seu ressurgimento como uma figura central na música dos Estados Unidos.
A virada vida veio quando Tony Bennett contratou o filho Danny para ser seu empresário. Seu álbum da volta, “The art of excellence” (1986), devolveu-o de vez o sucesso. “Perfectly Frank” (1992) – uma homenagem a Frank Sinatra – liderou as paradas de jazz da Billboard dos EUA, enquanto o “MTV Unplugged”, de 1994 viu Bennett ganhar um Grammy de álbum do ano.
Além de cantar, Tony Bennett foi um exímio pintor, com telas expostas no Smithsonian Institution e no Butler Institute of American Art. Em 2001, ele fundou a Frank Sinatra School of the Arts em Queens, Nova York, que oferece formação em artes plásticas, dança, música vocal e instrumental, teatro e cinema.