Portal Você Online

Morre Ziraldo, criador do “O Menino Maluquinho”, aos 91 anos

Morreu neste sábado (6), aos 91 anos, o jornalista, cartunista e escritor Ziraldo Alves Pinto, mais conhecido como Ziraldo. Criador de personagens famosos, como Menino Maluquinho e Flicts, ele é autor de alguns dos principais clássicos da literatura infanto-juvenil brasileira, vendendo milhões de cópias. A causa da morte ainda não foi confirmada.

Nascido no dia 6 de abril de 1932, no Rio de Janeiro, Ziraldo Alves Pinto foi um cartunista, chargista, pintor, escritor, dramaturgo, cartazista, caricaturista, poeta, cronista, desenhista, apresentador, humorista e jornalista. É um dos mais conhecidos e aclamados escritores infantis do Brasil. Ziraldo é pai da cineasta Daniela Thomas e do compositor Antonio Pinto.

Ele foi um dos fundadores do jornal “O Pasquim”, símbolo da resistência cultural às arbitrariedades do regime militar no fim dos anos 1960. E uma das figuras mais ativas da cultura nacional dos últimos 70 anos.

Ziraldo passou sua infância em Caratinga, no Rio de Janeiro. Estudou dois anos no Rio de Janeiro e voltou a Caratinga, tendo concluído o módulo científico (atual ensino médio). Formou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1957. Seu talento no desenho já se manifestava desde essa época, tendo publicado um desenho no jornal Folha de Minas com apenas 6 anos de idade.

No Rio de Janeiro, o artista trabalhou inicialmente para agências de publicidade. Retornou a Minas para servir o Exército e, ao voltar ao Rio, foi trabalhar nas revistas “O Cruzeiro” e “A Cigarra”.

O golpe militar de 1964 pôs fim à “Turma do Pererê”, com seus animais falantes, índios e fazendeiros (ela foi reeditada, sem tanto sucesso, na década de 1970). Outros personagens de quadrinhos, porém, sairiam da prancheta de Ziraldo para o sucesso: Jeremias, o Bom; a Supermãe e Mineirinho, o Comequieto (este, para a “Revista do Homem”).

Em 1968, Ziraldo era artista com trabalhos publicados nas revistas “Graphis” (referência das artes gráficas, da Suíça), “Penthouse” e “Private Eye”. Em 1969, ano de fundação do “Pasquim”, ganhou prêmio de humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e tornou-se o primeiro latino-americano a ser convidado para fazer o cartaz de Natal da Unicef.

Ainda em 1969, Ziraldo estreou na literatura infantil com “Flicts”, livro em que conta a história de uma cor “diferente”, que não consegue se encaixar no arco-íris, e que não demorou para se tornar um clássico.

Onze anos depois lançaria “O Menino Maluquinho”, que em 2020, ao se tornar “quarentão”, já somava 129 edições e quatro milhões de exemplares vendidos apenas no Brasil — a história foi publicada em mais de dez países, e ganhou duas adaptações para o cinema.

Em 1968, Ziraldo era artista com trabalhos publicados nas revistas “Graphis” (referência das artes gráficas, da Suíça), “Penthouse” e “Private Eye”. Em 1969, ano de fundação do “Pasquim”, ganhou prêmio de humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e tornou-se o primeiro latino-americano a ser convidado para fazer o cartaz de Natal da Unicef.

A proximidade com os diretores do Cinema Novo fez com que Ziraldo fosse convidado para criar cartazes de filmes como “Os fuzis” e “Os cafajestes” (ambos de Ruy Guerra), “Assalto ao trem pagador” (Roberto Farias) e “Todas as mulheres do mundo” (Domingos de Oliveira).

Também seus são os cartazes clássicos, de traços inconfundíveis, como o do primeiro Festival Internacional da Canção, dos shows de Jô Soares e da Feira da Providência — obras reunidas em 2009 no livro “Ziraldo em cartaz”, organizado por Ricardo Leite.

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *