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Febre amarela: morte na fronteira acende alerta no Amazonas

 A morte de um jovem de 16 anos por febre amarela em uma comunidade indígena na cidade de Letícia, na fronteira do Brasil com a Colômbia, em abril deste ano, gerou alerta das autoridades amazonenses para vacinar a população contra a doença.

A cidade colombiana tem acesso direto com o município de Tabatinga, mas também é próxima de Benjamin Constant, Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença e Santo Antônio do Içá.

Em comunicado de risco às secretarias municipais de Saúde do Amazonas, a FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde) recomenda “busca ativa de pessoas não vacinadas e revisão de carteira vacinal das que buscarem os serviços de saúde, especialmente de residentes e pessoas que circulam na região afetada”.

A fundação sugere, ainda, a implantação de vigilância sanitária em portos, aeroportos e fronteiras. Com a medida, agentes de saúde deverão solicitar a apresentação do CIVP (Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia) de viajantes.

“A configuração final do caso, pelos estudos anatomopatológicos, corresponde à mortalidade por Dengue associada à Febre Amarela Silvestre [quando há transmissão em área rural ou de floresta], sendo este um caso isolado, pois até o momento nenhum outro caso associado ao evento foi encontrado”, diz trecho do comunicado de risco.

Alerta

No comunicado de risco, a FVS orienta que os municípios alertem os profissionais de saúde para o risco da ocorrência de casos em pessoas que residem ou tenham transitado na região do caso identificado, ou viajado para áreas com circulação viral.

De acordo com a FVS, o quadro clínico inicial de febre amarela é caracterizado por início súbito de febre alta, cefaleia intensa e duradoura, inapetência, náuseas e mialgia.

O uso de telas é recomendado para evitar o risco de acesso de mosquitos transmissores urbanos ou silvestres ao doente, que pode ser fonte de infecção.

A FVS cobra ações emergenciais de eliminação do Aedes aegypti, principalmente no ambiente dos casos internados, e o fortalecimento de ações de controle vetorial nas localidades situadas próximas às áreas de transmissão, visando reduzir os índices de infestação.

De 2016 a 2022, o Amazonas registrou 48 notificações de casos suspeitos para febre amarela e, destes, 16,7% (8) foram confirmados da forma silvestre e 79,2% (38) foram descartados.

Neste ano, o estado amazonense confirmou dois casos da doença. As ocorrências envolveram ambiente silvestre.

“Após investigação e diagnóstico laboratorial por meio de métodos sorológicos (pesquisa de anticorpos anti-IgM reagente) e por métodos virológicos (RT-PCR detectável) houve a confirmação dos casos”, diz a FVS-AM.

O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. A febre amarela tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.

Na região extra-amazônica, períodos epidêmicos são registrados ocasionalmente, caracterizando a reemergência do vírus no País. 

O padrão temporal de ocorrência é sazonal, com a maior parte dos casos incidindo entre dezembro e maio, e com surtos que ocorrem com periodicidade irregular, quando o vírus encontra condições favoráveis para a transmissão (elevadas temperatura e pluviosidade; alta densidade de vetores e hospedeiros primários; presença de indivíduos suscetíveis; baixas coberturas vacinais; eventualmente, novas linhagens do vírus), podendo se dispersar para além dos limites da área endêmica e atingir estados das regiões Centro.

Leia na íntegra o comunicado de risco clicando aqui.

Vacinação de crianças

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa Manaus) divulgou um alerta sobre a vacinação de crianças menores de um ano contra a febre amarela (FA). Na forma grave, a doença infecciosa pode levar à morte.

A vacina deve ser recebida aos 9 meses de idade e uma dose de reforço deve ser tomada aos quatro anos.

Embora a capital não registre casos confirmados da doença desde 2001, a Semsa alerta que Manaus está próxima de áreas de floresta, ambiente em que o vírus circula, o que aumenta o risco de transmissão.

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