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Morte por leptospirose gera alerta sobre risco das alagações,em Manaus

Treze casos de leptospirose foram registrados em Manaus entre janeiro e março deste ano – aumento de 85,71% em relação ao mesmo período de 2024 quando houve apenas 7 casos, segundo a FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas). Em março passado um homem morreu na capital em decorrência da doença e gerou alerta da vigilância sanitária.

A vítima, Amaral Elfrásio de Oliveira, era servidor público da Seduc (Secretaria Estadual de Educação). A casa dele foi alagada durante chuva intensa no dia 19 de março, no bairro Colônia Terra Nova, zona norte de Manaus.

Em vídeos divulgados nas redes sociais Amaral Elfrásio aparece dentro d’água retirando pertences do imóvel. No dia 28 ele passou mal e foi internado, mas voltou para casa. Amaral se sentiu mal novamente e voltou ao hospital, onde foi diagnosticado com leptospirose.

A doença é causada pela bactéria Leptospira, transmitida pela urina de ratos e outros animais. A infecção pode ocorrer por meio do contato com águas contaminadas, especialmente em áreas de alagamento. Em 2024, Manaus teve 28 casos, com cinco mortes atribuídas à doença.

“A FVS esclarece que essa variação pode estar relacionada a diferentes fatores, como maior exposição a ambientes contaminados, intensificação de chuvas e alagamentos, mas também ao aprimoramento da vigilância e capacidade diagnóstica da doença”, informou a fundação em nota.

A FVS também cita que, embora o aumento de casos pode ser relacionado às condições climáticas, a intensificação das ações de vigilância e diagnóstico também pode ter contribuído para uma maior identificação da doença.

O médico Tufi Salim explica a população mais vulnerável à leptospirose é, na maioria, a que vive em condições precárias, sem acesso a serviços básicos de saneamento e higiene. Ele cita que é essencial tomar precauções, especialmente durante os períodos de chuvas fortes e alagamentos.

Tufi Salim alerta sobre os riscos para as crianças, que podem ser contaminadas ao brincar na água da chuva. “Pode contaminar através da pele ou mesmo caindo ingerindo a água contaminada”, acrescentou.

Em relação aos sintomas da leptospirose, Salim explicou que a doença pode se manifestar inicialmente com febre, mal-estar e dor muscular. “Depois, aparecem manchas na pele, a pele pode ficar amarelada, assim como os olhos. Dependendo do caso, pode ocorrer hemorragia e evolução para uma insuficiência renal grave, calafrio, ocorre também uma cefaleia intensa”.

Ele explicou que a leptospirose pode ser tratada com antibióticos como penicilina e doxiciclina, especialmente nos casos mais graves que podem exigir internação hospitalar e suporte médico. “Nos casos mais leves, é importante o acompanhamento médico para observar a função renal e hepática, pois a doença pode afetar esses órgãos”, orientou.

Segundo o médico, além da leptospirose a água contaminada pode causar infecções por Escherichia coli (diarreia, intoxicação alimentar, cistite, pneumonia, bacteremia, peritonite bacteriana espontânea, prostatite e doença inflamatória pélvica e hepatite).

O médico orienta que a prevenção deve começar com a conscientização e o bom senso da população, como evitar andar descalço na chuva, controlar a população de roedores e evitar o descarte inadequado de lixo.

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