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Mortos em Petrópolis chegam a 106 e desaparecidos são 140

Políticos lamentam tragédia em Petrópolis

As buscas pelas vítimas da tragédia das chuvas em Petrópolis continuam e o total de mortos já chega a 106 no início desta tarde. Já o número de desaparecidos é ainda maior e soma, até o momento, 140 registros na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).

A Polícia Civil montou uma força-tarefa com cerca de 200 agentes para coletar informações e percorrer pontos de apoio e abrigos na cidade para cadastro e cruzamento de dados.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) está com uma central de atendimento para cadastrar pessoas desaparecidas durante o temporal que devastou parte do município da Região Serrana do Rio, na terça-feira (15).

Informações devem ser enviadas pelo Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID/MPRJ). O órgão ainda disponibiliza a lista com o nome e foto dos desaparecidos. Até as 8h30 desta quinta-feira, constavam 35 nomes de desaparecidos cadastrados. Segundo o MP, a lista chegou a ter 47 cadastros, voltando a diminuir após 12 pessoas serem encontradas, todas com vida.

Ate às 10h40, dos 101 corpos que estavam no Instituto Médico Legal (IML), 65 são de mulheres e 36 de homens – 13 menores. Donizete, tio de Gabriel, de 17 anos, procurava informações sobre o sobrinho que estava em um dos ônibus que foram arrastado pela correnteza do Rio Quitandinha, que corta a cidade.

Em nota, a Prefeitura de Petrópolis confirma que, até o momento, 705 pessoas precisaram ser encaminhadas para os 33 pontos de apoio montados em escolas da rede pública.

Nestes locais as famílias recebem atendimentos de profissionais de Assistência Social, Saúde, Educação e Agentes Comunitários.

Desaparecidos

O MP do Rio está recebendo informações sobre os desaparecidos através da central do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos por três canais:

Telefone: (21) 2262-1049

E-mail: atendimento.plid@mprj.mp.br

Site: www.mprj.mp.br/todos-projetos/plid

A partir do cadastro no banco de dados, as informações e características físicas são checadas junto aos demais bancos de dados oficiais. O órgão também mantém uma equipe formada por servidores e promotores de Justiça no Hospital Alcides Carneiro, no bairro Corrêas, e no Instituto Médico Legal da cidade, na Rua Vigário Corrêa.

As famílias vivem momentos de angústia à espera de informações sobre o que aconteceu. Em São Paulo, a consultora Sofia Sorgini Cortesi, de 26 anos, contou que tem vontade de “ir para lá desenterrar com minhas próprias mãos” o lugar onde antes ficava a casa da família, na Rua Jacinto Rabelo, na Vila Felipe.

Na noite de terça-feira, durante o temporal, ela chegou a falar com a mãe, Maria Bernadete Sorgini, de 61 anos, e a irmã Olga Sorgini Cortesi, de 27. Depois, não teve mais notícias.

— Conversei com minha irmã às 18h22, justamente sobre a chuva. Às 18h33 a Olga disse que estava tudo bem, mas tinha entrado um pouco de água na cozinha. Às 18h44 eu mandei outra mensagem e ela já não me respondeu mais — disse Sofia Sorgini Cortesi, de 26 anos, irmã de Olga e filha de Maria Bernadete.

O imóvel foi devastado pelo temporal. Sofia conseguiu falar apenas com tios que moravam em outras residências situadas no mesmo terreno. Os parentes foram encarregados de informar que a casa de Sofia tinha sido destruída pela força da enxurrada.

Grupos se mobilizam

Voluntários e moradores de Petrópolis têm usado as redes para se organizarem na busca por informações sobre o paradeiro de parentes e amigos após o temporal em Petrópolis. No Instagram, o perfil Desaparecidos em Petrópolis (@desaparecidospetropolis) está divulgando o caso de pessoas desaparecidas na tragédia. O grupo é formado por voluntários e pede que sejam enviados o máximo de informações possíveis, como foto, nome e pelo menos um telefone para contato.

Em casos em que são repassadas fotos que circulam em grupos, a equipe busca por informações antes da publicação. Em casos em que o desaparecido é encontrado há atualização através do story.

O grupo funciona de forma independente e, por isso, também lembra que o cadastro deve ser feito junto ao MPRJ através do PLID.

No Facebook, parentes e amigos de vítimas da tragédia que seguem desaparecidas pedem informações no grupo Inundações em Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil. Além da divulgação de fotos, são compartilhados os locais onde estavam ou foram vistas pela última vez durante o temporal e números de telefone para contato.

Mensagens confirmando que as vítimas foram encontradas também são compartilhadas no grupo, sempre recebidas com muita felicidade por meio de mensagens de carinho e de alívio.

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