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Buscas em endereços de Queiroz e ex-mulher de Bolsonaro

Equipe do Ministério Público faz busca e apreensão no apartamento onde morava era a filha de Queiroz, Evelyn

Ministério Público do Rio cumpre na manhã desta quarta-feira diversos mandados de busca e apreensão em endereços de ex-assessores do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) tanto na capital como em Resende, no Sul do Estado do Rio. As medidas cautelares foram pedidas na investigação sobre lavagem de dinheiro e peculato (desvio de dinheiro público) no âmbito do antigo gabinete do senador quando era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio. São alvo das medidas cautelares os endereços de Fabrício Queiroz, ex-chefe da segurança de Flávio, seus familiares e ainda parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro.

As medidas cautelares desta quarta-feira atingem sobretudo ex-assessores que também tiveram sigilo fiscal e bancário quebrado pelo Tribunal de Justiça do Rio em abril. Ao todo, na ocasião, 96 pessoas e empresas foram alvo da decisão da 27ª Vara Criminal do Rio, cujo titular é o juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau.

A operação faz parte da investigação de um suposto esquema de “rachadinha” do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. A prática consiste na devolução de parte dos salários de servidores comissionados para os deputados. São feitas buscas em endereços ligados a familiares de Queiroz, na Zona Oeste do Rio, e de Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Além de Queiroz e do senador, outras 101 pessoas físicas e empresas que passaram pelo gabinete de Flávio Bolsonaro durante seu mandato na Assembleia Legislativa do Rio entre 2003 e 2018 são alvos da operação e tiveram quebrados seus sigilos bancário e fiscal. A investigação apura se houve crime de peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e organização criminosa.

Queiroz é suspeito de ser o operador do esquema conhecido como “rachadinha”, quando trabalhou no gabinete de Flávio entre 2007 a 2018. Ao longo de 2016, o ex-assessor movimentou 1,2 milhão de reais em sua conta bancária, com uma série de saques e depósitos fracionados considerados atípicos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Queiroz e Flávio são alvos do Ministério Público do Rio de Janeiro, cujas investigações chegaram a ser suspensas pelo ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, em uma decisão que atingiu todos os procedimentos baseadas no compartilhamento de dados bancários e fiscais sem autorização do Poder Judiciário. O STF reverteu esta medida e deu sinal verde para as apurações no final do mês passado. Ambos sempre negaram as irregularidades.


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