A investigação é sobre o uso de agentes da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam), da Polícia Militar do Estado enviados para Parintins, em agosto deste ano, com fins eleitorais e sem um procedimento administrativo devidamente registrado oficialmente. O site diz que o envio teria sido motivado por uma ordem verbal, conforme revelado em documentos sensíveis que constam em um processo judicial relacionado.
O Ministério Público, segundo o g1 Amazonas, destacou que a Rocam, além de estar vinculada a uma agenda oculta, teria fiscalizado a atuação de um grupo político específico. Uma das atribuições, apontada pela investigação, seria realizar a escolta da então candidata a prefeitura de Parintins Brenna Dianá, do União Brasil (UB).
No entanto, informa, a atuação dos policiais na escolta da candidata não foi comprovada e o MPAM também entendeu que as ilegalidades identificadas já foram devidamente judicializadas, não havendo necessidade de prosseguir com o processo.
Para a decisão do arquivamento, o MPAM, segundo o g1 Amazonas, levou em consideração documentos apresentados pelo Batalhão de Polícia Militar em Parintins e também dos policiais envolvidos.
“Outrossim, considerando as declarações do PM Paulyellyson e os documentos encaminhados pelo 11º BPM-Parintins quanto às escalas dos policiais, não restou comprovado o uso de policiais militares Soraia Ramos, Paulyellyson e Lúcio Almeida para a escolta da candidata Brenna, não havendo demais diligências que possam ser realizadas” , diz trecho da decisão citada no site.
Investigação
O MPAM investigou uma reunião entre secretários estaduais e policiais militares, supostamente planejando ações ilegais para beneficiar a então candidata a prefeita de Parintins, Brena Dianná. O inquérito se fundamenta nas imagens e declarações contidas no material.
Conforme o MPAM, os envolvidos supostamente manipularam um esquema para comprometer a legitimidade das eleições municipais, utilizando ordens ao aparato de segurança pública.
O órgão também identificou diálogos que indicam um alinhamento com o coronel PM Francisco Magno Judis, visando o uso da força policial para coagir eleitores. Por esse motivo o Governador do Amazonas, Wilson Lima, exonerou todos os investigados.
Operação ‘Tupinambarana Liberta’
No dia 3 de outubro, a Polícia Federal (PF), cumpriu uma determinação da Justiça Eleitoral, e deflagrou uma operação para investigar membros da alta cúpula do governo do Amazonas por suspeita de manipulação nas eleições municipais de Parintins.
Entre os alvos estavam o então diretor presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), Armando do Valle, o ex-secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz e o ex-secretário de Estado de Administração, Fabrício Barbosa.
Também foram investigados os policiais militares tenente-coronel Jackson Ribeiro e capitão Guilherme Navarro.