
O Ministério Público Federal apresentou uma denúncia contra sete pessoas, entre elas o jornalista americano Glenn Greenwald, na Operação Spoofing, que investiga a atuação de hackers nas invasões de aplicativos de mensagens de autoridades da República. O MPF aponta a prática de organização criminosa, lavagem de dinheiro, bem como as interceptações telefônicas.
Além de Glenn, foram denunciados Walter Delgatti Netto, Thiago Eliezer Martins Santos, Luiz Henrique Molição, Gustavo Henrique Elias Santos, Danilo Marques e Suélen Oliveira. O procurador da República Wellington Divino de Oliveira pede a instauração de um processo-crime e a citação dos denunciados para que apresentem defesa.
No entendimento do procurador, durante a análise de um computador apreendido na casa de um dos hackers foi encontrado um áudio de uma conversa entre o estudante Luiz Molição, integrante da quadrilha, e Greenwald. No diálogo, segundo o MPF, o jornalista orienta o grupo a apagar as mensagens trocadas entre eles, “caracterizando clara conduta de participação auxiliar no delito, buscando subverter a ideia de proteção a fonte jornalística em uma imunidade para orientação de criminosos”.
No documento apresentado à Justiça Federal, o MPF afirma, ainda, que a “ liberdade de imprensa é pilar base de um Estado Democrático de Direito e faz parte do papel da mídia desnudar as entranhas dos esquemas de poder e corrupção que assolam o país”. “Diferente é a situação em que o ‘jornalista’ recebe material ilícito enquanto a situação delituosa ocorre e, tendo ciência de que a conduta criminosa ainda persiste, mantém contato com os agentes infratores e ainda garante que os criminosos serão por ele protegidos, indicando ações para dificultar as investigações e reduzir a possibilidade de responsabilização penal”, diz o procurador Wellington Oliveira.
Abaixo, o papel desempenhado por cada um dos denunciados, de acordo com o MPF:
Walter Delgatti Neto: executor, mentor e líder dos crimes bancários e das invasões aos dispositivos informáticos;
Thiago Eliezer Martins Santos: programador, mentor e líder dos crimes bancários e das invasões aos dispositivos informáticos;
Gustavo Henrique Elias Santos: programador, responsável por diversas fraudes bancárias e atuava prestando auxílio nas condutas das invasões aos dipositivos informáticos;
Luiz Henrique Molição: realizou invasões aos dispositivos informáticos e atuava prestando auxílio nas condutas perpetradas por Walter bem como atuou como porta voz do grupo;
Suelen Priscila de Oliveira: atuava como laranja e buscava terceiros para participarem das fraudes e furtos bancários com o objetivo de realizar a lavagem de dinheiro;
Danilo Cristiano Marques: era testa-de-ferro de Walter possibilitando o
usufruto dos meios materiais para a realização dos mais diversos crimes cibernéticos. Também atuava como laranja de Walter.