Presidente da Câmara defendeu ainda o retorno da doação de empresas em 2020

Rodrigo Maia afirmou que a eleição de 2020 custará mais do que uma eleição do regime geral Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
O presidente da Câmara dos Deputados,Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira que “não é exagero” o aumento de até R$ 2 bilhões do fundo eleitoral para financiar as campanhas municipais das eleições de 2020. A proposta do deputado Cacá Leão (PP-BA), na Lei de de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é que o valor do fundo possa chegar a R$ 3,7 bilhões.
” Não acho que é um exagero. Acho que uma eleição municipal, com cinco mil municípios, com milhares de candidatos a vereador, é uma campanha que vai requerer um custo um pouco maior que uma eleição do regime geral”disse Maia a jornalistas.
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O DEM, partido de Rodrigo Maia, segundo projeção do GLOBO, pode receber pelo menos R$ 205 milhões do fundo, caso o valor de R$ 3,7 bilhões seja aprovado pelo Congresso. Já o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, pode receber 40 vezes mais do fundo eleitoral para a eleição municipal de 2020 na comparação com 2018.
O presidente da Câmara acrescentou ainda que é a favor do retorno da doação de empresas para campanha, mas com algumas limitações.
” Eu preferia que o financiamento privado (de empresas) pudesse voltar. Mas o problema é que o Senado ainda não votou a emenda constitucional que nós votamos em 2015. O ideal é o financiamento privado, limitado, sem poder concentrar uma empresa em um candidato apenas, com algumas limitações, para que a relação entre o deputado e o financiador não seja uma relação de dependência”, avaliou.
Maia falou sobre o assunto após almoço e seguiu para o plenário, onde a reforma da Previdência é analisada. Nesta quarta-feira, a sessão da Comissão Mista de Orçamento que poderia votar a LDO foi cancelada.
“Está se gastando um mínimo possível em relação ao que se gastava (com doações privadas de empresas). Pior é que a gente não tenha uma eleição que não seja transparente e que dê condições para que os partidos possam levar os seus candidatos aos eleitores. A democracia a gente não pode tratar de uma forma menor, em relação à importância das campanhas. Se não há solução para o financiamento privado, precisa se construir uma solução, que foi a construída em 2018”
acrescentou Maia.
Segundo projeção do GLOBO, o PSL deve ficar com R$ 366,2 milhões. No ano passado, quando tinha uma pequena bancada no Congresso eleita em 2014, o partido recebeu apenas R$ 9,2 milhões.
O PT, que em 2018 recebeu R$ 212 milhões, ficando atrás apenas do MDB, pode ter um salto grande, e sua fatia deve ser ligeiramente maior que a do PSL: R$ 366,7 milhões. O GLOBO estimou quanto cada partido receberá se o aumento dos recursos for aprovado, levando em conta os critérios para divisão do bolo (tamanho das bancadas e uma parte dividida igualmente para todas as legendas).
Fonte: O Globo