
Editorial do jornal O Estado de S. Paulo, o Estadão, diz que “não há marketing capaz de vender um produto ruim”. O texto publicado nesta segunda-feira (18) se refere ao governo Lula, definido pelo periódico como algo que passou do prazo de validade e em parte explica o derretimento da popularidade do presidente entre as mulheres, evangélicos e no Nordeste. Hoje (18), Lula reuniu 38 ministros para exigir que eles comuniquem o que o governo já fez e mandou convocar o marketeiro baiano Sidônio Palmeira.
Lula transfere a impopularidade dele aos ministros que não informam a população como deveriam. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, acredita que é um mero problema de comunicação com os brasileiros e que os números da popularidade não representam a realidade do governo. Segundo ele, é preciso “alcançar as pessoas com as informações corretas” e aproximar o governo de quem lê notícias pelo WhatsApp.
“Segundo a parolagem petista, o atual mandato do demiurgo só tem produzido boas notícias; o problema estaria na percepção popular, ruim porque o governo não conseguiu fazer suas “informações corretas” chegarem às redes. Em outras palavras, a piora não teria se dado em razão dos fatos – diz o texto.
O jornal, contudo, destaca que a equipe de comunicação atua em “última instância” como mediação com os cidadãos, e que não há “estratégia genial o suficiente para consertar o defeito de origem”. Isso é, o fato de que “Lula fala e faz o que quer, como quer e para quem quer”.
“Ao aderir à tese, o ministro reforça a máxima segundo a qual a comunicação é o “mordomo” das crises dos governos, isto é, aquele sobre o qual habitualmente recai a culpa, ainda que seja necessário reconhecer as deficiências da comunicação lulopetista, em que imperam a falta de conhecimento sobre as exigências do ambiente digital, as falhas improvisadas ou bem pensadas do grande líder e a pajelança palaciana, incapaz de achar uma voz crítica que dissuada, divirja, aponte ao presidente as armadilhas das bombas que solta. Ao contrário, não falta quem surja para dobrar a aposta e justificar as lambanças do companheiro-em-chefe, como ocorreu no trágico episódio da comparação do conflito de Israel com o Hamas ao Holocausto’, escreve o jornal.
O Estadão termina frisando que um bom marketing político, bons canais ou qualquer outra artimanha não serão capazes de substituir o que apenas um “bom produto pode suprir”.
– O governo Lula tem se mostrado um produto que passou do prazo de validade, concebido para as afinidades tribais, não para um país complexo e uma população diversa e com expectativas de mudança real em suas condições de vida (…), o que Lula, ocupado demais consigo mesmo e com seus devaneios, parece desconhecer. O ministro pode não enxergar, mas o culpado pelos problemas de comunicação está no gabinete presidencial, a poucos metros do seu – assinala o periódico.


