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Níveis dos rios estão abaixo do esperado e amazonenses devem guardar água, alimentos e combustível

Segundo o secretário da Defesa Civil, cerca de 700 mil pessoas moram em comunidades ribeirinhas do Amazonas e essa população merece uma atenção especial.

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O nível dos rios em todas as calhas do Amazonas está muito abaixo do esperado, e duas calhas já estão em processo de descida. A informação foi dada nesta terça-feira (21), pelo Secretário Executivo da Defesa Civil do Amazonas, Cel. BM Francisco Máximo, que considerou o comportamento de descida dos rios preocupante, apontando para uma possível seca mais severa que a de 2023.

Por conta desse comportamento dos rios antes mesmo do período de estiagem, o coronel Máximo alertou a população sobre o consumo racional de alimentos, água, energia e combustível para evitar o desabastecimento. Segundo o titular da Defesa Civil, já houve um alerta para 90 instituições do estado, entre elas a indústria, para que haja uma preparação para o período mais crítico da estiagem.

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“Nós precisamos consumir de forma racional e evitar desperdícios dos recursos disponíveis, e aí eu me refiro a alimento, energia, água, combustível. Temos que ser racionais, porque, com o nível dos rios baixando, as empresas que fornecem esses recursos também terão dificuldade no tratamento e, consequentemente, na distribuição”, alertou o secretário da Defesa Civil.

Máximo mostrou o comportamento atual das bacias hidrográficas do estado e afirmou que os níveis atuais dos rios estão muito abaixo do esperado em comparação ao mesmo período dos anos de seca histórica. Nas calhas do Juruá e Purus, segundo ele, os rios já estão em processo de descida.

Para se ter uma ideia, atualmente, o nível do Rio Negro já está 1,76 m abaixo do que no mesmo período de 2023, conforme mostrou o titular da Defesa Civil.

No Solimões, o nível dos rios também está mais de 1 metro abaixo em comparação às secas de 2023 e 2010, segundo Máximo.

“Ano passado vivemos uma estiagem muito severa, portanto, nós precisamos, com as lições aprendidas no ano passado, aprimorar essa preparação e, juntos, desenvolver ações que possam garantir a proteção civil”, disse.

“Neste momento, estamos falando que há, sim, uma probabilidade altíssima de termos uma estiagem, e o que foi falado vem ao encontro desse anseio de proteger a população e levar recomendações necessárias para que todos nós estejamos preparados para essa estiagem severa”, completou Francisco Máximo.

Recomendações

Segundo o secretário da Defesa Civil, cerca de 700 mil pessoas moram em comunidades ribeirinhas do Amazonas e essa população merece uma atenção especial.

Ele alertou para que a população confie nos alertas da Defesa Civil e não espere até que o pior aconteça, visto que os eventos extremos têm acontecido com mais frequência e têm surpreendido até mesmo os estudiosos da área, segundo ele.

“Entenda que de fato isso pode acontecer, e nós não queremos vê-los passar por privações e necessidades, como falta de água, alimento, medicamentos, pessoas doentes passando mal sem conseguir sair das suas comunidades por conta do isolamento”, disse.

O pico da vazante deve começar em outubro, segundo Máximo, e antes desse período crítico é preciso haver uma preparação por parte da população ribeirinha.

Ele recomendou que crianças, idosos, enfermos e pessoas com deficiência sejam conduzidas para a sede do município, e caso não haja acolhimento por parte de familiares, essas pessoas podem procurar apoio necessário do estado e município.

A preparação antecipada também leva em consideração ações na capital e municípios do estado. O titular da Defesa Civil recomendou à população de Manaus e a todo o estado que consumam de forma racional os recursos disponíveis e evitem desperdícios, porque, segundo ele, no período crítico da estiagem pode haver dificuldade em encontrar determinados produtos.

“Isso também não é um alarde para que todo mundo saia agora, nesse momento, fazendo grandes estocagens. Precisamos só ser racionais, porque toda a cadeia sistêmica está informada, e eu me refiro à indústria, ao comércio, ao lojista, à saúde, à educação, ao governo federal, estadual, às prefeituras, às defesas civis. Foi um trabalho gigantesco para levar informação e preparação para garantirmos que o estado do Amazonas esteja preparado para enfrentar esse desastre da estiagem”, ressaltou.

Além da estiagem, Máximo alerta também para a possibilidade de outros desastres simultâneos acontecerem, como queimadas, erosões fluviais e chuvas intensas. Portanto, ele afirma que é preciso estar atento também quanto a esses agravantes para que não se repita o que aconteceu no ano passado com relação à péssima qualidade do ar, por exemplo, evitando queimadas e demais agressões ao meio ambiente.

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