A pesquisa mostra que 65% do setor da Alimentação Fora do Lar não conseguiram repassar aumento dos custos para o cardápio

Dívidas acumuladas e o fantasma da inflação trazem preocupação ao setor de alimentação fora do lar. É o que mostra o mais recente levantamento da Abrasel, que consultou 1.689 empresários de todo o país. O movimento de retomada está se consolidando, em Manaus os dados mostram que 34% dos bares e restaurantes tiveram lucro em maio, contra 14% que registraram prejuízo. Outros 52% ficaram estáveis.
Os números mostram equilíbrio com relação ao último levantamento, que trouxe o resultado de abril, quando 35% tiveram lucro e 28%, prejuízo.
Inflação
A inflação é o principal obstáculo para uma retomada mais rápida; 65% não conseguem repassar aumento de custos; 38% dos respondentes dizem ter feito reajustes, mas abaixo da inflação oficial. Outros 27% não conseguiram reajustar o cardápio.
Já 27% reajustaram somente para acompanhar a inflação e somente 8% dizem ter feito reajuste acima da inflação. Outros 67% dos que tiveram prejuízo citaram o aumento dos principais insumos (alimentos e bebidas) como um fator que contribuiu para o resultado negativo e entre os outros principais fatores citados estão custo com aluguel (56%), dívidas com empréstimos bancários (56%), dívidas com impostos (44%) e custo de energia (33%).
De acordo com o presidente da Abrasel no Amazonas, Rodrigo Zamperlini: “pela pesquisa, fica claro que os empresários da alimentação fora do lar no Amazonas, além do peso da pandemia, refletido no endividamento do setor, também estão lidando com o desafio da inflação, o reajuste de preços nos cardápios sem afugentar o cliente e o comprometimento da margem de lucro. A recuperação do volume das vendas continua progressiva, mas uma parcela expressiva dos empresários (14%) ainda trabalha com prejuízo”.
Crédito
Já na questão dos créditos na praça, 63% têm empréstimos contratados; 82% tomaram dinheiro de linhas regulares dos bancos, e 34% fizeram empréstimo via Pronampe (muitos estabelecimentos tomaram os dois tipos de empréstimo).
Dos que pegaram empréstimo de linhas regulares, 24% têm parcelas em atraso, contra 14% que estão em atraso com parcelas do Pronampe e 12% do custo mensal, em média, estão comprometidos com o pagamento de dívidas bancárias.
Impostos
Os débitos com impostos também se acumulam; 29%, ou seja, quase um terço dos bares e restaurantes do Simples Nacional estão com o imposto atrasado (eles representam 74% dos respondentes). Destes que estão em atraso, 43% aderiram ao Relp (programa de reescalonamento de dívidas) e 37% das empresas estão inscritas no Cadastur. Entre as que estão inscritas e têm débitos na dívida ativa, somente 22% aderiram ao Perse e 43% disseram desconhecer o programa.


