Ao desembarcar em Santiago, no Chile, o presidente Jair Bolsonaro limitou-se a declarar que “cada um responde por seus atos” ao ser questionado sobre a prisão preventiva do seu antecessor, Michel Temer (PMDB), suspeito de ter recebido propina por favorecimento à construção Engemix em obra na usina nuclear de Angra 3.
“Cada um responde por seus atos, mas está claro que a política em nome da governabilidade feita no passado não deu certo, não estava correta”, afirmou .
A prisão de Temer deu-se justamente no dia do aniversário de Bolsonaro, que completa 64 anos de idade nesta quinta-feira, 21.
Bolsonaro terá duas missões no Chile até a tarde de sábado: vai participar da criação do Foro para o Progresso e o Desenvolvimento da América Latina (Prosul), um mecanismo latino-americano de alinhamento dos atuais governos de direita que deverá substituir a União das Nações Sul-americanas (Unasul), e fazer uma visita oficial ao presidente chileno, Sebastián Piñera.
Bolsonaro pretende impulsionar as relações comerciais entre Chile e Brasil e ampliar a carteira de investimentos chilenos no país. Sua pauta com Piñera é bastante diversificada e as inclui mudanças na legislação previdenciária brasileira inspiradas no modelo chileno. O atual sistema previdenciário do Chile foi adotado por José Piñera, irmão do presidente chileno, no começo dos anos de 1980.
No encontro com Piñera, Bolsonaro espera colocar em prática o acordo de livre comércio assinado entre os dois países, assinado em 2018. Autoridades brasileiras que já classificam a relação Brasil-Chile como “ágil e dinâmica” e aguardam a ratificação do acordo, ainda dependente do aval de parlamento dos dois países.