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Norte e Nordeste possuem as cidades mais violentas do país

Foto: Divulgação

As regiões Norte e Nordeste do Brasil concentram 18 das 20 cidades mais violentas do país, é o que mostra um levantamento divulgado hoje (5) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A pesquisa, que contabiliza apenas municípios com ao menos 100 mil habitantes, mostra ainda que o estado de São Paulo tem 14 das 20 cidades menos violentas.

O estudo é um desdobramento do Atlas da Violência que destrincha os dados das 310 cidades médias e grandes do país. Para medir o nível de violência, o Ipea se debruçou sobre a taxa de homicídio por 100 mil habitantes nos municípios brasileiros no ano de 2017.

A cidade mais violenta do Brasil em 2017 foi Maracanaú, no Ceará, com 145,7 homicídios para cada 100 mil habitantes. No ano do estudo, 308 pessoas foram assassinadas na cidade, que fica na região metropolitana de Fortaleza e tem 224 mil habitantes.

Após Maracanaú, a lista de cidades mais violentas continua com: Altamira (PA), São Gonçalo do Amarante (RN), Simões Filho (BA), Queimados (RJ), Alvorada (RS), Porto Seguro (BA), Marituba (PA), Lauro de Freitas (BA), Camaçari (BA), Caucaia (CE), Nossa Senhora do Socorro (SE), Cabo de Santo Agostinho (PE), Marabá (PA), Ananindeua (PA), Fortaleza (CE), Mossoró (RN), Vitória de Santo Antão (PE), Rio Branco (AC) e Eunápolis (BA).

Nos últimos anos, as duas regiões se tornaram um importante corredor do tráfico de drogas para as facções criminosas, como Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV) e Família do Norte (FDN), que travam batalhas sangrentas pelo domínio do território. A cocaína geralmente é produzida nos países vizinhos Bolívia e Peru, que tem mais de 1,4 mil quilômetros de fronteira com o Brasil. A droga atravessa a área brasileira pelos rios da floresta amazônica, até chegar aos portos da costa nordestina, de onde é enviada por navios para Europa e África.

De acordo com a pesquisa, outro fator determinante para o elevado número de mortes violentas nessas duas regiões é o fato de terem a maior quantidade de jovens, entre 15 e 24 anos, que não estudam e não trabalham, ficando desta forma vulneráveis à influência das facções. “Esses são exatamente os indivíduos principais a serem focalizados em qualquer programa de enfrentamento à criminalidade”, diz o estudo do Ipea, que é vinculado ao ministério da Economia.

A pesquisa também captou um “movimento de interiorização e espraiamento” do crime, uma vez que a taxa de homicídios cresceu muito mais em municípios menores do que nos maiores. Segundo a pesquisa, entre 2007 e 2017, ocorreu um aumento de 51,5% na taxa de mortes violentas em municípios com menos de 100.000 habitantes, e de 14,5% em cidades médias que têm entre 100.000 e 500.000 moradores. Nas cidades com mais de 500.000 pessoas, a alta ficou em 3,4%.

A cidade considerada mais pacífica do Brasil foi Jaú, em São Paulo, com uma taxa de 2,7 homicídios para cada 100 mil habitantes. A cidade de 146 mil moradores teve quatro assassinatos em 2017. Indaiatuba e Valinhos, também situadas em São Paulo, ocupam o segundo e o terceiro lugar na lista, que continua com Jaraguá do Sul (SC), Brusque (SC), Jundiaí (SP), Passos (MG), Limeira (SP), Americana (SP), Bragança Paulista (SP), Santos (SP), Araxá (MG), Araraquara (SP), São Caetano do Sul (SP), Tubarão (SC), Mogi das Cruzes (SP), Itatiba (SP), Varginha (MG), Catanduva (SP) e Sertãozinho (SP).

Fonte: EBC

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