
A equipe de Flávio Dino (PSB-MA), que será ministro da Justiça a partir de 1º de janeiro, mas já convocou várias coletivas de imprensa para anunciar subordinados, sofreu a 2ª baixa em 3 dias. Dessa vez quem deixa o grupo é o coronel Nivaldo Restivo, que havia sido anunciado como secretário nacional de Políticas Penais na última quarta-feira (21).
No dia anterior, Dino havia anunciado Edmar Camata para o comando da Polícia Rodoviária Federal. Em seguida, recuou depois que descobriu que Camata mestre em Combate a Corrupção e deu declarações contra Lula em apoio a Operação Lava-Jato, a força-tarefa que desarticulou o esquema de corrupção do PT, que condenou o futuro presidente eleito em três instâncias da Justiça brasileira.
O nome de Restivo causou forte reação de apoiadores do governo eleito ligados à área de direitos humanos, incluindo pessoas que participaram da transição por ele ter participado do Massacre do Carindiru, quando uma rebelião de presos acabou em 111 de mortes no presídio da capital paulista em 1992. Na ocasião, Restivo era tenente PM.
Ele não foi acusado de ter participado de nenhum dos assassinatos. Anos mais tarde, afirmou que a operação foi necessária.
Restivo é secretário de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo. Chegou ao cargo na gestão de João Doria (PSDB). Antes, quando o hoje vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (hoje no PSB, à época no PSDB) era governador, ele foi comandante da Polícia Militar. Também comandou a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), tropa da PM paulista conhecida pela letalidade.
Essas ligações fizeram o coronel ficar sob pressão sem nem ter assumido o cargo. Nesta 6ª feira (23), ele divulgou uma nota (leia a íntegra no fim deste texto) afirmando que não participaria do governo.
Restivo havia sido anunciado na 4ª feira (21.dez). “Em que pese a motivação e o entusiasmo para contribuir, precisei considerar circunstâncias capazes de interferir na boa gestão”, escreveu Restivo.
Ele mencionou “a impossibilidade de conciliar a necessidade da dedicação exclusiva ao importante trabalho de fomento das Políticas Penais, com o acompanham a necessidade da dedicação exclusiva ao importante trabalho de fomento das Políticas Penais, com o acompanhamento de questões familiares de natureza pessoal”. O texto não menciona a má recepção que seu nome teve nos círculos de esquerda.
Leia a nota divulgada por Restivo:
“Hoje, 23, conversei com o Ministro Flavio Dino. “Agradeci exaustivamente o honroso convite para fazer parte de sua equipe. “Em que pese a motivação e o entusiasmo para contribuir, precisei considerar circunstâncias capazes de interferir na boa gestão.
“A principal delas é a impossibilidade de conciliar a necessidade da dedicação exclusiva ao importante trabalho de fomento das políticas penais, com o acompanhamento de questões familiares de natureza pessoal. “Assim, reitero meus agradecimentos ao ministro Flávio, na certeza de que seu preparado conduzirá ao êxito da imprescindível missão que se avizinha.
“CEL PMESP NIVALDO RESTIVO”


