Por Cristina Monte*
Quando os restaurantes brasileiros na década de 80 passaram a oferecer comida no estilo self-service, foi uma tremenda inovação, pois diferentemente de escolher pratos à “la carte”, passamos a comer mais rápido com a variedade de comida pronta, depois de selecionar o alimento e quantidade desejada. Quase quarenta anos depois, o estilo “self-service” invade a educação, tornando-se um método de aprendizado eficiente, muito mais rápido do que propõe a educação tradicional e customizada conforme as necessidades do estudante!
Uma verdadeira revolução no modo de aprender em que o protagonista é o aluno, que tem a liberdade de escolher o conteúdo, bem distante do tempo do giz e do quadro negro, que descansam nas memórias dos que têm mais de quarenta anos. Além disso, o método self-service é super bem-vindo ao mercado, que passa por rápidas mudanças e precisa – cada vez mais – de profissionais qualificados o mais rápido possível!
Protagonismo
Em setembro, pesquisa global inédita realizada pela Pearson, ouviu onze mil pessoas em 19 países e mostrou que o uso desse método aumenta o protagonismo que cresce entre estudantes, inclusive os brasileiros, que preferem ter o controle sobre o que, quando e como estudar.
Longe do conteúdo uniforme disponibilizado pelas escolas com classes lotadas de alunos, com suas diferentes necessidades e habilidades individuais, o aprendizado self-service parece diminuir a lacuna entre o mercado de trabalho e a escola, que demora a perceber o dinamismo das empresas e ainda se preocupa mais com a quantidade do conteúdo programático do que com a formação que possa ser útil para a conquista do emprego ou desenvolver empreendedores. Nem vamos falar desse negócio de estágio, que – na maioria esmagadora das vezes – é só pra inglês ver! O estagiário passa o dia pra cá e pra lá sem aprender nadica de nada. Raros são os programas em que o estagiário tem a oportunidade de aprender na prática o que estuda na escola.
Nunca sozinho
Ser um autoditada não significa que o aluno vai necessariamente estudar sozinho, mas que tem a liberdade de escolher as várias ferramentas de aprendizado disponíveis, que podem incluir professor, tutor, livros, vídeos, palestras, cursos e mesmo participar de discussões em blogs, por exemplo, mas, sobretudo, que tenha a liberdade (e responsabilidade) de montar seu cronograma.
O lance é focar no conteúdo que se deseja absorver e partir para a ação. Essa opção, além de ser atraente aos mais jovens, também é excelente pra turminha que já se graduou e está em busca de reciclagem, de uma nova profissão ou quer subir na carreira.
Tecno é pop
E é claro que com a tecnologia disponível fica cada vez mais fácil estudar sem precisar frequentar uma escola, com horários estabelecidos, arcar com custos elevados devido à estrutura de um estabelecimento e ainda pode contar com o conforto de estudar em casa, no serviço ou qualquer lugar do planeta. Além disso, na internet – por exemplo – é possível fazer uma série de cursos rápidos totalmente gratuitos. No Youtube, há disponível todo o tipo de tutorial, vídeo aulas, filmes e etc. Outras alternativas de estudo são os sites especializados, podcasts, webinar, aplicativos e por aí vai!
Enfim, essa tendência veio pra ficar e provavelmente deve interferir cada vez mais na estrutura de ensino tradicional, que se não se reinventar, ficará pra trás como o giz e o quadro negro.
Cristina Monte é jornalista e apresentadora de TV WW.cristinamonte.com.br