Presidente condenou atentado a bomba, disse que sempre jogou ‘nas quatro linhas’ e que as manifestações fazem parte da liberdade, que ‘é o oxigênio da democracia e que não tem tudo ou nada’

Em live em suas redes sociais nesta sexta-feira (30), com mais de 600 mil acessos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um balanço da sua gestão, condenou as ameaças de bombas e afirmou que o “mundo não vai acabar a partir de 1º de janeiro e que ‘não tem tudo ou nada’.
Emocionado, ele insistiu na transmissão que sempre jogou nas quatro linhas e que respeita a legislação. Disse que as manifestações na frente dos quartéis fazem parte da democracia e que tem de evitar confronto e pacíficas. “Temos que respeitar as leis. Liberdade é o oxigênio da democracia”.
“Nós não queremos o confronto. Não é a melhor maneira de resolver o problema. Sei que vocês (manifestantes) passaram meses debaixo de chuva e sol, de forma espontânea. As pessoas passaram a entender melhor a política brasileira. O povo quer transparência, não quer a volta ao passado”, disse.
“Quem acredita em Deus sabe que tudo é possível. Não vamos achar que o mundo vai acabar no dia 1º de janeiro, que vamos pro tudo ou nada. Não. Não tem tudo ou nada. Inteligência. Vamos mostrar que somos, e somos, diferentes do outro lado. Nós respeitamos as normas, as leis, a Constituição. Nós sabemos dar valor à liberdade que eles têm. Que se o outro lado aqui tivesse do outro lado, essa liberdade já teria ido embora há muito tempo”, afirmou Bolsonaro.
Após dois meses sem realizar as tradicionais lives semanais e aparições públicas, Bolsonaro disse que silenciou para que “uma palavra solta, uma frase fora de contexto fosse usada pela imprensa contra ele”.
O presidente condenou a tentativa da explosão de bomba em Brasília e disse que a ameaça “não se justifica”, mas criticou a imprensa por identificar o homem preso como “bolsonarista”.
“Nada justifica, aqui em Brasília, essa tentativa de ato terrorista ali na região do aeroporto. Nada justifica. O elemento que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com um cidadão. Massifica, em cima do cara, como ‘bolsonarista’ o tempo todo”, disse.
Bolsonaro também disse que não deixará de fazer oposição ao governo de Lula e que o Parlamento é mais de direita na próxima legislatura. Falou que o governo de Lula já começa “capenga”, mas que não irá “jogar a toalha” e “deixar de criticar” a nova gestão.
“O quadro que está na frente agora, a partir de 1º de janeiro, não é bom. Não é por isso que nós vamos jogar a toalha, deixar de fazer oposição, deixar de criticar, deixar de conversar com os seus vizinhos, agora com muito mais propriedade, com muito mais conhecimento”, assegurou em sua última live.
“Se cheguei [à Presidência], teve um propósito. Se você está chateado, está constrangido, se coloque no meu lugar. Quanta vezes eu pergunto onde errei, o que podia ter feito de melhor. Eu tenho convicção: dei o melhor de mim. Muito sacrifício de quem estava do meu lado, em especial a minha esposa [Michelle Bolsonaro], minha filha e enteada [Laura e Letícia]. E vocês também sofreram. Sofrem agora”, afirmou.
Assista abaixo a live de Bolsonaro na íntegra: