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Militares de alta patente recebiam dinheiro de uma empresa de exportação de ouro para beneficiar garimpo ilegal em Japurá, no Amazonas. A investigação faz parte de uma operação do Exército com a Polícia Federal, na manhã desta terça-feira (27), em Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Ponta Grossa (PR).
O tenente-coronel do Exército Abimael Alves Pinto, que já foi lotado no Comando Militar da Amazônia (CMA), na Ponta Negra, na zona Oeste de Manaus, foi alvo de mandado de busca e apreensão em sua residência, em Ponta Grossa, no Paraná. Além dele, outros militares são investigado por participação no crime.
De acordo com as investigações, quando servia na capital amazonense, ele recebia uma mesada dos garimpeiros que atuam em Japurá – 787 km de Manaus, para repassar informações sobre as operações policiais na área. O dinheiro era depositado na conta da empresa de sua esposa.
“Verificou-se envolvimento de militares de alta patente, que recebiam valores regulares através da empresa de importação e exportação de minérios. Um militar supostamente repassaria informações privilegiadas e interferiria nas operações de combate aos garimpos ilegais”, diz a nota da PF.
O Exército informou que foi aberto um inquérito militar para investigar os membros das Forças Armadas suspeitos de integrarem a quadrilha. Um coronel foi destacado para tocar as apurações.
“O Comando da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada, conforme determinação da Justiça Militar da União e em conformidade com o Inquérito Policial Militar instaurado, executou nesta manhã, 27 de junho, mandados de busca e apreensão na residência de militar envolvido em investigação. A operação se revestiu dos princípios legais e foi executada pelo Exército Brasileiro com o apoio da Polícia Federal”, diz comunicado enviado pelo Exército.
Investigações

As investigações começaram em outubro de 2020, quando duas pessoas foram detidas em flagrante na cidade de Ji-Paraná (RO) transportando 60 gramas de ouro em um lingote avaliado em R$ 18.600. Os suspeitos não apresentaram documentação válida sobre a origem dos objetos.
Com a análise do celular dos detidos, a PF descobriu indícios de uma extensa rede de exploração ilegal de garimpo na região de Japurá, no Amazonas, na região da tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru. No município amazonense fica a Estação Ecológica Juami-Japurá, que sofre frequentes invasões de garimpeiros.
Liberado na audiência de custódia, um desses presos acabou sendo assassinado em frente à sua loja de revenda de carros, em Curitiba, alguns dias depois da primeira operação da PF, em outubro de 2020.
A operação de hoje mobilizou 20 policiais federais e 10 militares do Exército brasileiro. Além dos mandados, a Justiça Federal do Amazonas determinou o bloqueio de bens e valores das pessoas físicas e jurídicas investigadas.


