
O ucraniano Gebenyan Vae, 1° oficial de náutica do navio Express France, de bandeira Malteza, foi acusado de assédio sexual por uma oficial de náutica brasileira do transatlântico CMA CGM Veracruz, que teria ocorrido no último dia 8, Dia Internacional da Mulher, dentro de uma van quando a tripulação voltava para o porto onde os cargueiros estão atracados, na zona Sul de Manaus. O caso foi registrado no 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) da Polícia Civil do Amazonas, que avalia o indiciamento do acusado.
De acordo com a denúncia, o ucraniano teria agarrado e impedido a oficial de descer do veículo que transportava um grupo de seis pessoas. Ela havia jantado em um restaurante da capital amazonense e o ucraniano com cinco tripulantes retornava de um bar.
Durante o trajeto entre a entrada do porto e as embarcações, o grupo passou a importunar a mulher, até o contato físico sem permissão e a tentativa de levar ela até o navio Express France.
Segundo o delegado Cícero Túlio do 1° DIP (Praça 14) investigações nesta segunda-feira (11) levantaram que Express France saiu de Manaus com destino a Cartagena, na Colômbia, retornando ao Amazonas no início de abril.
A vítima foi ouvida pelo delegado, que avalia a possibilidade de representar pela prisão dos estrangeiros ou interceptar o navio com apoio da Marinha do Brasil.
O Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar) distribuiu nota sobre o caso. Afirmou que tomou conhecimento da ‘grave denúncia de assédio e importunação sexual contra a marítima brasileira e pediu providências da empresa’.
Leia a nota do sindicato:
“Considerando a gravidade da ocorrência, que pode configurar um crime contra a trabalhadora que se encontrava sozinha e em situação de inferioridade, confrontada que foi por diversos assediadores, e tendo observado que ambos os navios são operados pela empresa CMA CGM, registramos estranhamento que até o momento não tenha sido comunicado o fato à Polícia Federal pela empresa para necessária verificação.Esperamos que questões econômicas não se sobreponham aos compromissos que a empresa declara em suas políticas com relação aos temas de assédio e crimes sexuais. Pedimos que nos mantenham informados sobre essa situação. Em razão da gravidade dos fatos relatados, justamente na manhã seguinte às comemorações do Dia Internacional da Mulher em que diversas entidades, empresas e pessoas renovaram compromissos em defesa dos direitos das mulheres, estamos transmitindo estas informações às autoridades brasileiras e solicitando providências céleres para esta situaçãoO Sindmar tem compromisso em promover um ambiente seguro e acolhedor para as mulheres na marinha mercante todos os dias do ano”.