R$ 188 mil foram bloqueados da conta da ONG como resultado das investigações

A Associação Liberdade do Amazonas, uma organização não governamental (ONG) fundada no ano passado com o objetivo de defender os direitos dos presos, por Luciane Barbosa Farias, conhecida como a ‘dama do tráfico amazonense’, lava o dinheiro do Comando Vermelho (CV) segundo inquérito sigiloso que corre na Polícia Civil do Amazonas.
A ‘dama do tráfico amazonense’, é esposa de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, líder da filial da facção criminosa carioca Comando Vermelho no Amazonas, que cumpre 31 anos de prisão em Tefé, cidade a 520 km de Manaus, capital do estado. Ele controla as bocas-de-fumo das zonas Norte e Oeste da capital amazonense e tem esse apelido pelo patrimônio que acumulou com a venda de drogas.
Ela foi condenada a 10 anos de prisão e se encontrou com assessores do Ministério da Justiça por duas vezes, como noticiou o jornal “O Estado de S.Paulo”.
A polícia do Amazonas afirma que a ONG de Luciane Barbosa Farias teria sido criada pelos criminosos para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas e obter capital político para negociações com o Estado.
De acordo com uma investigação sigilosa da Polícia Civil do Amazonas, revelado pelo jornal O Globo, que teve acesso ao inquérito, a entidade recebia dinheiro do tráfico através de uma espécie de ”caixinha”, um modelo de arrecadação coletiva entre os integrantes da facção.
Além disso, todas as despesas da organização, como aluguel, água, luz, internet e salários dos funcionários eram pagas pela facção. Exatos R$ 188 mil foram bloqueados da conta da ONG como resultado dessa investigação.
De acordo com o Ministério Público do Estado, ela desempenha um papel essencial na ocultação de valores do tráfico. Enquanto o marido coordenava as negociações do crime, Luciane é acusada de ter tido o papel de acobertar, o que fazia adquirindo veículos de luxo, imóveis e registrando empresas laranjas.
Em nota, Luciane negou qualquer ligação com facções criminosas e alegou ser vítima de discriminação por ser esposa de um detento. Ela afirmou que está recorrendo da condenação e ressaltou que no Brasil uma pessoa só pode ser considerada criminosa após o trânsito em julgado.
“Respondo a um processo que fui absolvida em primeira instância, houve recurso do MP e condenação em segunda, sendo que agora continuo recorrendo”, disse, afirmando ainda que no Brasil uma pessoa só pode ser considerada criminosa após o trânsito em julgado.
Além de encontro no Ministério da Justiça e Segurança Pública, Luciene também esteve em Brasília na Câmara dos Deputados com os deputados Guilherme Bolos e André Janones, e no Ministério dos Direitos Humanos, onde foi recebida pela coordenadora da pasta Érica Meireles.