
A BR-319 recebeu, na última quinta-feira (27), uma ponte suspensa para a passagem de animais de um lado a outro da floresta amazônica.
A passagem foi instalada na altura da copa das árvores e foi planejada para permitir o acesso de animais que só se locomovem pelo alto como os primatas.
Na região vivem os macacos barrigudo (Lagothrix lagotricha) e o aranha-da-cara-preta (Ateles chamek), considerados em risco de extinção.
A passagem superior também facilita a travessia de espécies como o macaco zogue-zogue, macaco-prego, bugios, mico-de-cheiro, sauim-da-boca-branca, marsupiais, roedores como ouriços cacheiros e, eventualmente, répteis arborícolas.
Segundo a ONG, é a primeira vez que uma rodovia na Amazônia recebe uma estrutura desse tipo antes da pavimentação. O projeto é financiado pela Fundação Segré e tem apoio do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
Conforme a ONG, outras 70 estruturas serão instaladas para passagem da fauna no ‘trecho do meio’ da BR-319, que compreende 400 quilômetros da estrada que ainda não tem asfaltamento.
“É uma necessidade, não só para a rodovia como um todo, mas para a RDS Igapó-Açu. Temos um plano piloto e estamos na expectativa de que a gente consiga expandir isso em torno de toda a RDS e também, quem sabe, para o Parque Estadual Matupiri, que também faz parte do nosso trecho e sofre pressões do desmatamento, caça e pesca ilegal”, disse Ádila Mattos, gestora da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Igapó-Açu, unidade de conservação estadual que é cortada pela BR-319.