Entre os suspeitos está o fazendeiro José Lopes, o “Zé Lopes”, que participou de várias campanhas políticas no Amazonas e ainda não foi encontrado.

Grande quantidade de dinheiro foi encontrada pela polícia. Foto: Divulgação/PF-AC
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal realizaram nesta quarta-feira (8) a “Operação Ojuara” e prenderam oito pessoas ligadas ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) acusadas de fraudes e corrupção em processos de fiscalização ambiental contra desmatamento e grilagem em municípios do interior do Amazonas. Os suspeitos são dos estados do Acre, Amazonas e Minas Gerais e estão detidos na Superintendência da PF, em Rio Branco (AC).
A PF está cumprindo 18 mandados de prisão preventiva e 36 de busca e outras diligências. Os investigados somam R$ 147 milhões em multas do Ibama, referentes a 86 mil hectares da floresta amazônica. Entre os investigados está o empresário José Lopes, que possui negócios em Boca do Acre (AM) e que em várias ocasiões participou de campanhas políticas que elegeram candidatos majoritários para o executivo amazonense.
Lopes, que não foi encontrado, é tido como grande fazendeiro e, de acordo com a PF, assim como outros suspeitos invadiam áreas de preservação para fazer o desmatamento e ameaçavam moradores. Eles seriam protegidos por policiais militares do Amazonas, e conseguiam se livrar das multas com ajuda de funcionários do Ibama, e com a ciência do ex-superintendente do órgão no Acre.

Policiais da PF estiveram na casa cumprindo mandados de busca e prisão: Foto: Divulgação/PF-AC
Foram presos PMs do Amazonas, servidores do Ibama no Acre, além de fazendeiros. Os demais mandados de prisão ainda estão sendo cumpridos. As áreas de mata desmatadas eram para criação de gado, segundo a PF.
De acordo com as investigações, a organização criminosa é responsável por extensos desmatamentos no sul do Amazonas, lavagem de dinheiro e corrupção. A PF informou que alguns servidores do Ibama, que estariam sendo liderados pelo ex-superintendente regional do órgão no Acre, estavam recebendo vantagens indevidas para cometer os crimes.
As multas por desmatamento, por exemplo, eram aplicadas a ‘laranjas’ em substituição aos verdadeiros responsáveis, que repassavam informações privilegiadas acerca das datas e locais das fiscalizações ambientais e deixavam de apreender maquinário utilizado para desmatamentos.